Capítulo 3

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Nick narrando •

Como já tinha dito, marquei uma sessão com o psicólogo do FBI o mais rápido possível. Cheguei no consultório e a recepcionista mandou-me entrar na sala do psicólogo. Bati na porta e entrei em seguida. Vejo o Sr. Reese sentado na sua cadeira a acompanhar os meus movimentos até sentar a sua frente. Ele foi o meu psicólogo quando eu atirei pela primeira vez em alguém. Cruzo os braços e espero ele falar.

- Bom dia, agente Johnson.

- Bom dia.

- Então, o que o traz por cá?

Reviro os olhos e respondo:

- O senhor sabe muito bem porquê que estou aqui. Tenho a certeza que o meu chefe já falou consigo.

- Realmente o agente Williams falou que irias aparecer o mais rápido possível para poder voltar a trabalhar. Então, podemos começar?

Assinto em resposta e ele continua:

- Vi que estiveste em coma por longos meses. Relembra-se de alguma coisa?

- Somente do meu chefe a ordenar a mim e Anna para vigiármos um armazém e depois disso mais nada.

- Hum...

- Sr. Reese, tu foste o meu psicólogo quando...

Não consigo terminar a frase porque uma enorme vontade de chorar apoderou-se de mim e ele somente assente.

- Como eu estava quando Anna morreu? - perguntei com uma voz rouca -

- Mal. Demorámos algum tempo a tentar fazer com que falasses. Te lembras como ela morreu?

- Não. Mike disse-me que tenho sorte porque da última vez quase entrei em depressão.

- E realmente o agente Smith tem razão. Ficaste devastado com a morte da agente Johnson.

- E para piorar a situação tem a agente Williams que diz que ela era minha namorada, mas eu não me lembro dela.

- Hum, soube da relação de vocês. O que sentes por ela?

- Nada. Neste momento somente amo a Anna e mais ninguém além dela. Se algum dia vir a me relembrar da Debbie, não sei se vou amá-la.

Sr. Reese sorri e eu fico ainda mais confuso do que já estou. Ficamos algum tempo a conversar e depois disso ele disse-me que iria avisar-me se podia ou não voltar a trabalhar.

Passaram-se alguns dias e finalmente consegui a autorização de que precisava para voltar a trabalhar. Cheguei na Sede no horário de sempre. Abri a porta e senti o mesmo aroma que sentia quando estava em coma. Quando estava em coma, eu sentia a presença de pessoas, ouvia as vozes, mas elas eram confusas e eu ficava meio desnorteado com isso, mas esse aroma ficou gravado na minha memória que até hoje não consigo tirá-lo da minha cabeça.

Sento na minha cadeira de couro e abro o computador. Fico a mexer nele até que a porta é aberta. A tal de Debbie entra e vejo que ela ficou surpreendida com a minha presença.

- Bom dia. - diz gentilmente -

Fico a encará-la e depois abaixo o meu olhar e passado alguns segundos, ela resolve perguntar:

- Está tudo bem, Nick?

- Não lhe dei a intimidade de chamar-me de Nick. Para ti é agente Johnson. - digo ríspido -

- Desculpe agente Johnson, não irei chamar-lhe de Nick novamente. - diz dando ênfase em seu nome -

Ela fica a encarar-me com um sorriso de lado.

- Assim espero.

Vi que ela revirou os olhos com o que eu disse. Ela senta na sua cadeira de couro e coloca os óculos abrindo o computador. Fico a observá-la com a testa franzida. Sinto que não é a primeira vez que a vejo com aqueles óculos. Ela levanta o olhar e encontra-me a observá-la e franze a testa também perguntando:

- Algum problema, agente Johnson?

Fico a piscar os olhos rapidamente e respondo:

- Não, agente Williams. - pronuncio lentamente cada palavra -

Ela assente lentamente e abaixa o olhar e continuando a mexer no computador. A porta é aberta e Kelly entra avisando que precisavam de nós na sala de reuniões.

Ao ouvir a menção do agente Parka a medida em que falávamos, foi inevitável não revirar os olhos. Ele era um idiota e duvido que ele tenha mudado estando fora este tempo todo.

Depois de acertarmos os detalhes da reunião, Kelly vem atrás de mim. Quando ia entrar na minha sala, ela arrasta-me para o final do corredor.

- Nick, o que se passa contigo? - diz colocando suas mãos nos meus ombros -

Reviro os olhos.

- Nada Kelly, deixa-me entrar que preciso ir para casa.

Nesse momento a Debbie passa e nos vê- e entra na nossa sala rapidamente. Fico a encarar a porta que ela entrou e somente saio do meu pequeno transe quando Kelly volta a falar:

- É por causa dela que estás assim, não é?

- Eu não sei o que estás a falar.

- Sabes muito bem, Nick.

A porta é aberta e Debbie sai nesse momento e Kelly num movimento rápido, pega o meu rosto com as suas mãos e beija-me. Saio rapidamente do beijo e vejo a Debbie a andar em passos duros para fora do nosso andar.

- Por que fizeste isto? - digo irritado -

- Para te provar que ainda gostas dela. Eu sei que não te lembras, mas ela mentiu para ti. De uma forma indireta, ela é a culpada da tua perda de memória.

- Pára com isso! Eu não quero saber disso, pois não vai trazer a minha memória de volta, então deixa-me em paz.

Entro na sala e apanho as minhas chaves e saio sem olhar para trás. Chego em casa e apanho um whiskey e sento-me no sofá. Vi que a Debbie ficou irritada. Não sei porquê que estou a importar-me com ela. Essa mulher não quer sair da minha cabeça de jeito nenhum e eu não sei o que fazer. Eu vou acabar por enlouquecer de vez.




Feliz Páscoa 🐰
Happy Easter  🐰



16.04.17
RdeF

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