• Nick narrando •
Um filho. Um filho com Debbie. Acabo de tornar-me um dos homens mais felizes do mundo. Mesmo que Debbie esteje insegura com a gravidez, eu sei que ela irá ser uma ótima mãe. Hoje iremos fazer um ultrassom no hospital onde Sophia trabalha para sabermos como o nosso filho está. Nem preciso falar como Debbie está nervosa. Passaram-se alguns meses após a descoberta da sua gravidez e ela estava no momento com trabalho de secretária até o bebé nascer, pois estava proibida de participar em qualquer tipo de missão fisicamente.
- Prontos? - pergunta o médico despertando-me dos meus pensamentos -
À medida que o médico a mexia na barriga da minha esposa, a sua expressão facial ia mudando. Sendo um agente de FBI, é impossível não aperceber quando algo está errado. Debbie olha para mim apercebendo-se também da expressão do médico.
- Algo se passa? - pergunto -
- Temos algumas novidades. A senhora está grávida de gémeos.
Debbie olha para tela assustada.
- Gémeos?
O médico assente.
- Preciso falar com ambos. Já terminamos aqui. Podem encontrar-me na minha sala daqui a 5 minutos.
Assim que acaba de falar, o médico sai deixando Debbie, Sophia e eu à sós.
- O que se passa, Sophia? A expressão do médico mudou assim que disse que eu estou grávida de gémeos.
- Debbie, eu posso até saber do porquê ele estar assim, mas prefiro que ele diga. Vamos para a sua sala.
Sophia sai deixando eu e Debbie nervosos. Fomos até a sala do médico onde ele e Sophia estavam a falar baixinho. Eles olham para nós e calam. Sentamo-nos e esperámos o médico falar.
- Sr. e Sra. Johnson, tenho um comunicado a vos fazer.
Debbie agarra a minha mão nervosa.
- Sra. Johnson, devido ao seu problema de coração, o seu corpo não irá aguentar dois bebés. Ainda se fosse um até podia, mas dois, temo que não.
Fico sem reação. Olho para Debbie que estava séria.
- E isso quer dizer que...?
- Que é o mais aconselhável seria abortar. Se conseguires levar essa gravidez adiante, na hora do parto puderás ser tu a morrer, ou um dos bebés ou os três.
Sophia nesse momento estava a chorar. A minha vontade era de fazer o mesmo, mas tinha de ser forte por mim e principalmente por Debbie. Ela até já acostumou-se que seria mãe e com essa notícia, não sei o que fazer daqui adiante.
- Debbie, fala algo. - pede Sophia -
Passado alguns segundos, ela respondeu:
- Não.
Franzo o cenho.
- Eu não vou abortar. São os meus filhos. O que estás a pedir é um absurdo.
- Estou apenas a aconselhar-lhe.
- Não quero saber.
- Debbie. Olha para mim.
Ela faz o que eu digo.
- Há inúmeras formas de sermos pais. Se esta gravidez pode te matar não podemos levar adiante.
- Não. Eu já me decidi.
- Eu não posso te perder, Debbie.
Ela fica em silêncio e nesse momento, lágrimas estavam presentes nos olhos de Debbie e nos meus também.
- Eu avançarei com a gravidez. - diz firme olhando para o médico -
Fecho os olhos como se estas palavras me tivessem dado um murro no rosto.
- Tudo bem. - fala o médico -
Ele receitou algumas vitaminas para Debbiee e saímos em seguida. Do caminho do hospital até o apartamento, não trocámos nenhuma palavra. Estava a ser muito difícil para nós os dois. Abro a porta do apartamento deixando Debbie entrar primeiro. Fecho a porta encarando-a.
- Precisamos conversar . - diz -
- Debbie, não podes continuar essa gravidez. Podes morrer! - digo nervoso -
- E achas que não sei?! Estou com medo. Medo de morrer e não poder ver os meus filhos a crescerem. Por favor, entenda isso!
- Entenda você! Eu já perdi uma vez alguém que amava. Não posso perder mais três.
Debbie dá um grito de frustação. Era a primeira que a via fora de controlo. Ela senta no sofá deixando as lágrimas caírem. Doía muito vê-la naquele estado. Caminho para perto dela e abraço-a de lado.
- Eu não posso te perder, mia stellla. Não posso.
- Não vais. Vamos ser positivos. Essa gravidez vai dar certo e seremos uma família nós os quatros.
- E se não formos? Como ficarei sem ti, Debbie? Ou sem vocês?
- Eu te amo muito Nick, mas não posso abortar. Não posso.
Ela pega a minha mão e coloca em sua barriga.
- Sentes isso? Eles estão vivos. Eu não tenho coragem do fazer.
Deixo as lágrimas caírem ainda mais ao sentir os pequenos movimentos.
- Me prometa uma coisa, Nicholas. Olha pra mim.
Olho para as duas esmeraldas a frente de mim.
- Me prometa uma coisa. Que se eu estiver inconsciente, e se perguntarem quem escolhes salvar, escolha os nossos filhos.
- Debbie, não me peças isso.
- Estou a falar à sério, Nicholas. Escolha os nossos filhos em vez de mim. Porque se fizeres o contrário e eu sobreviver, não irei te perdoar. Não irei. Nunca.
Eu sei que ela não me perdoaria. Conheço muito bem Debbie. Quando ela fala uma coisa, ela cumpre-a.
- Prometa, Nick!
Assinto não conseguindo falar.
- Eu quero ouvir a sua voz. Diga-me que prometes em voz alta.
- Debbie...
- Diga, Nick! - fala chorando -
Coloco a mão na boca deixando as lágrimas caírem. Estava a ser muito difícil dizer essa palavra.
- Prometa, Nick. - pede já sem força -
- Prometo. - sussuro -
Debbie continua a chorar e abraça-me apertado. Choro também. Tentei ser forte, mas não consigo mais. Não consigo.
23.12.17
RdeF
♡
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La Mia Stella
RomanceDepois de todas as barreiras que Debbie e Nick enfrentaram deveriam pelo menos ter um final feliz. Mas tudo muda quando Nick acorda do coma sem lembrar-se da amada e esta prometeu que não iria desistir. Neste novo capítulo de suas vidas, problemas...