Capítulo 16

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Nick narrando •

Mike fica em silêncio com o que eu disse. Ele passa a mão no cabelo e suspira:

- Nick, para quê queres saber quem matou Anna?

Rio sem graça.

- Isso é alguma brincadeira, Mike? A minha esposa é morta e eu nem sequer lembro-me de quem a matou ou do que fizemos nas últimas horas de sua vida. Eu tenho esse direito de saber!

- A questão é que nem mesmo nós sabemos quem matou a Anna.

- Como assim vocês não sabem?! - digo irritado -

- Tínhamos um suspeito, mas ele disse que tinha um álibi na noite do crime. Verificámos o seu álibi que confirmou que esteve com ele no dia em que Anna faleceu. Então, descartamos ele como um suspeito.

- E como é seu nome?

- Stan Daan.

- Sabes a morada dele?

- Para quê que queres saber, Nick? Isso não vai trazer a Anna de volta.

- E tu achas que eu não sei disso?! Eu não estou conseguindo dormir há dias, Mike. Fico acordado pensando que o filho da mãe que tirou a Anna de mim está impune! Eu preciso saber.

- Eu entendo a sua aflição, Nick. Nós investigamos, mas não conseguimos saber quem matou Anna. Te lembras que a informação que recebemos que iria ter aquele carregamento de drogas foi anónima?

Assinto. Eu lembro deste detalhe.

- Te lembras também que tentámos rastear o número, mas foi de um telemóvel descartável que é impossível rastear?

- Ok, Mike. Eu lembro destas coisas. O mais importante que eu quero saber neste momento, é a morada do suspeito, Stan Daan.

Ele encostou-se na cadeira e suspirou cansado. Ele mexeu rapidamente no computador e disse em seguida:

- Já mandei por e-mail a morada dele e o que o álibi disse. Mas prometa-me que não vais fazer nenhuma besteira, Nick.

Olho para ele e saio da sala sem dizer mais nada. Fui para minha sala e encontrei Debbie em seu lugar mexendo no telemóvel. Sento-me na cadeira e abro o meu e-mail. Verifico a morada e saio da sala sem dizer nada a Debbie. Vi de relance que ela olhou para mim, mas agora o mais importante é saber quem matou Anna.


(...)


Dirigi por quase meia hora até um dos bairros mais pobres de Nova Iorque. Estacionei o meu carro e saí do mesmo sob os olhares das pessoas daquela região. Vi algumas senhoras a colocarem as crianças para dentro de casa e fechando a porta. Alguns homens que estavam em grupos ficaram a olhar-me, mas não deixei intimidar. Claro que eles sabiam que eu era um agente. Andei por alguns metros e encontrei a casa que estava a procura. Toquei na campainha e esperei alguém atender a porta.

A porta é aberta e encontro uma jovem de cabelo castanho longo e uma camisa de mangas cumpridas. Ela fica assustada com a minha presença. Ela aparentava ser bastante jovem.

- Posso ajudá-lo?

- Aqui é a casa de Stan Daan?

- Sim, porquê? Aconteceu algo com Stan?

- Posso entrar? Porque tenho certeza que não queres ter essa conversa aqui fora. - digo apontando discretamente com a cabeça para as pessoas atrás de mim -

Ela assente um bocado assustada e abre mais a porta para que eu possa entrar. Entro na casa e vejo as coisas um pouco fora do lugar.

- Senta-se.

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