Capítulo 17

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Debbie narrando •

Já fazem alguns dias que não falo com Derek. Sempre tento aproximar-me dele, mas ele sai quando vê-me. Nesses dias, Nick anda muito estranho. Ele está sempre a mexer no computador e não dirige nenhuma palavra para mim. Eu simplesmente não sei o que se passa com ele e naquela cabeça dura. Estava de noite e ele saiu já faz algum tempo. Estava a arrumar as minhas coisas quando o meu telemóvel toca. Atendo e ouço Mike a dizer rapidamente:

- Debbie, aonde estás?

- Ainda estou na Sede. Porquê, Mike?

- Eu preciso que faças-me um enorme favor. Vou mandar por mensagem uma morada e quero que s urgentemente para aí. É com o Nick, Debbie. Já avisei alguns dos agentes e eles irão ter contigo na saída do FBI. Por favor, Debbie.

- Calma, Mike. Eu irei, não se preocupe.

Sendo assim, desligo a chamada e apanho o meu casaco rapidamente. Amarro o meu cabelo num rabo de cavalo e corro para o elevador. Entra uma mensagem no meu telemóvel, e vejo um endereço de uma moradia. A porta do elevador abre-se e encontro alguns agentes na saída. Dou um sinal com a cabeça e saímos juntos numa carrinha do FBI. Coloco o endereço no GPS e digo o agente que está a conduzir para ir rápido. Tenho um pressentimento nada bom quanto a isso.


(...)

O carro pára e saio do mesmo rapidamente. Eu e os outros agentes vestimos os coletes à prova de balas. Não sabíamos da situação que iríamos encontrar, então seria melhor prevenir do que remediar. Este bairro é um dos mais pobres de Nova Iorque. As pessoas assustam-se com a nossa chegada e correm rapidamente para dentro de casa. Andámos e encontrámos a casa que Mike mandou-me por mensagem. A porta estava entreaberta e apanho a minha arma rapidamente. Os outros agentes também o fazem e entrámos. Subi as escadas e ouço vozes em um dos quartos. Abro a porta e o meu coração gela. Nick estava a apontar a arma para um sujeito que está sentado no chão sangrando. Os outros agentes juntam-se a nós e eu fico assustada.

- Nick, o que estás a fazer?

Ele não responde. Somente fica a encarar o homem com raiva.

- Nick, abaixa essa arma por favor. - digo guardando a minha rapidamente, mas os outros agentes não o fazem -

- Sabes quem é esse, Debbie?

- Não. Diga-me.

- Ele é o desgraçado que acabou com a minha vida. Ele é o assassino de Anna.

Encaro o homem sentado no chão e vejo que ele observava Nick com desprezo. Nick destranca a arma e vejo que tenho que agir rapidamente antes que ele faça alguma loucura. Ele nem está a importar-se com o facto de que estão aqui pessoas que podem testemunhar contra ele se ele matar aquele sujeito.

- Nick, por favor abaixa essa arma. Eu sei que estás com raiva dele e eu entendo. Mas o Nick que eu conheço ou conhecia nunca iria fazer o que estás prestes a fazer. Eu tenho a certeza de que se atirares nele, irás te arrepender. Eu não tive a oportunidade de conhecer a Anna, mas tenho a certeza, que com as coisas que me contaste, ela não iria gostar do que estás a fazer. Pelo amor que sentes por ela Nick, por favor abaixa essa maldita arma. - digo com os olhos cheios de lágrimas -

Ele mantém-se firme na sua posição e diz algo que acalma totalmente o meu coração.

- Stan Daan, estás detido pelo homicídio da agente federal Anna Johnson, por tráfico de drogas e por ameaça de morte a um agente federal. Tens o direito de permanecer em silêncio. Tudo o que disseres pode e irá ser usado contra ti no tribunal. Tens direito a um advogado. Se caso não consegues pagar, o Estado nomeá-lo-a um. Entendeste os teus direitos?

O tal de Stan fica imovél e Nick pergunta novamente com uma voz incrivelmente assustadora:

- Eu disse se entendeste.

Stan assente e Nick guarda a sua arma. Ele apanha as algemas e levanta Stan do chão com uma certa violência. Ele revista-o vendo se ele não tem nenhum objeto que pode magoar alguém. Os agentes também guardam as suas armas e Nick passa por nós descendo as escadas rapidamente com o detido. Descemos em seguida e saímos da casa com os olhares de muitas pessoas. Nick entrega o sujeito para um dos agentes e diz:

- Leve-o para Sede rapidamente sem paragem no caminho. Faça todo o processo obrigatório e que ninguém fale com ele a não ser o Mike, o chefe e eu. Entendido?

- Sim, senhor.

O agente coloca o tal de Stan no carro e sai rapidamente do local. Mando uma mensagem para Mike para o tranquilizar e chamo uma equipa forense para analisar a casa para apreendermos tudo de ilegal que possa vir a ter. Ando até Nick e digo:

- Estás bem? - ele nega com a cabeça -

Ficámos em silêncio por alguns momentos e ele quebra-o:

- Podes fazer-me um favor, Debbie? - assinto - Preciso que venhas comigo a um lugar. - assinto novamente e fui até o carro do FBI tirar o colete -

Em seguida, fomos em direção ao seu carro. Ele dirigi por alguns minutos e para a frente do rio Hudson. Ele abre a porta do carro e faço o mesmo, mesmo estando muito confusa. Fico ao seu lado em silêncio e depois de alguns minutos ele diz:

- Anna gostava de vir aqui. Nunca entendi porquê, mas ela dizia que a fazia pensar melhor.

Não digo nada, mas ele continua a falar:

- És uma boa pessoa, Debbie. - diz virando-se para mim - Conseguiste fazer com que eu pensasse melhor. Realmente se eu fizesse aquilo eu poderia arrepender-me. Ou não.

- Eu sei que estás zangado, Nick. Não deve ter sido fácil ficar frente a frente do tal de Stan. - viro-me também ficando a sua frente -

- Debbie, depois de hoje eu tomei uma decisão. Precisas seguir em frente. Eu não consigo envolver-me contigo novamente. Eu descobri que o antigo Nick te amava. Já faz algum tempo que eu estou tendo esses flashes, mas tratei de os ignorar porque não queria dar-te falsas esperanças. Eu não sinto aquele sentimento que o antigo Nick sentia por ti. Eu só sinto gratidão por teres ficado comigo por todo este tempo em que estive em coma. Eu realmente sinto muito, Debbie.

Eu não sei o que dizer. A minha mente está tão confusa agora. Nick lembra que amava-me, mas não quer lutar por nós?

Fico em silêncio e ele continua:

- Eu amava-te Debbie, isso eu sei. Mas aquele sentimento morreu quando eu acordei do coma. Eu sou e sempre serei muito grato, mas eu não posso ficar contigo sem amor, Debbie. O meu coração fechou-se ao mundo quando eu descobri que perdi a Anna.

Assinto lentamente sentindo as lágrimas a se formarem nos meus olhos. Por mais que o queria, não o podia obrigar a ficar comigo.

- Desculpa, Debbie. Mas eu não posso. - ele tenta tocar-me no rosto, mas afasto a sua mão -

- Por favor, não. É melhor assim.

Ele assente e coloca a mão no cabelo da cor do chocolate. Olho para ele pela última vez e caminho lentamente chamar um táxi.

Chego em meu apartamento e caio no meu sofá magoada. Doía muito saber que esse seria o fim da nossa história, mas sei que irei superar, pois sou uma mulher forte e terei forças mais do que suficientes para seguir em frente sem ele.



31.05.17
RdeF

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