-Filho vai se atrasar- meu pai berra na porta.
-Calma pai ainda tenho...
-Rápido. O café já está pronto. estarei te esperando.-ele me interrompe.
Levanto e ou direto para o banheiro tomar banho. Demoro um pouco para sair como sempre.
-Está bonitão hein.- meu pai grita.
-Cala a boca pai. -digo rindo.
-Então, você vai querer carona? desse jeito os garotos vão grudar como se você fosse um imã.- ele caiu na gargalhada.
-É por isso que eu te amo paizão. Vou sim querer a carona, acabei meu trabalho então posso ir direto para a empresa.
-Ok. eu te espero no lugar de sempre então bebê.- ele riu novamente .
-Vai se ferrar pai, não tem graça. - nós dois rimos
Terminamos o café e fomos para o carro. Ele me deixou na frente da faculdade e seguiu para o trabalho.
As próximas cinco horas foram normais como sempre. No intervalo avisei meus amigos que não iria com eles, na saída meu pai estava lá.
-Olha a princesa entrando na carruagem.-gritou ele, algumas pessoas olharam e ele fez de conta que estava falando no telefone.
-Chega pai. assim você me mata de vergonha.
- Filho! eu queria falar com você.- Disse ligando o carro.
-Claro pai, diga.
-Lembra o Eduardo meu amigo?-perguntou olhando para frente.
-Claro, ele ganhou uma corrida de você ano passado não foi?
-Sim, mas não precisava lembrar deste detalhe.- ele passou a mão no olho.
-O que tem ele pai?
-Eu contratei o filho dele para trabalhar na parte financeira da empresa.- disse me olhando.
-Eu nem lembrava que ele tinha filho. Era isso que queria me falar?
-Não, bom eles moram em outra cidade, então o Henrique precisaria se mudar para cá, para a cidade.- disse preocupado.- então eu estava pensando em deixar ele se acomodar em nossa casa, já que temos três quartos sobrando e ele ainda não encontrou nada aqui.
-Você está sugerindo trazê-lo para morar com a gente?
-Por um tempo, até ele encontrar um lugar confortável para ficar, o que você acha?- perguntou me olhando.
- Bom pai, quando a mamãe morreu o seu Eduardo nos ajudou bastante, tanto ele quanto a mulher dele, então eu acho que seria justo, além de ser uma forma de demonstrar gratidão e agradecimento ao que eles fizeram pela gente.
-Bem pensado filhão, vou ligar para ele a tarde, da forma que você está agindo ultimamente pensei que iria achar uma ideia absurda.- disse sorrindo.
-Eu não estou me importando muito com as coisas pai, mas isso não me dá o direito de ser idiota e ingrato com quem nos ajudou.
-Nossa. Tem certeza que é o Gustavo falando?- ele falou surpreso.
Seguimos até a empresa em silêncio, apenas a música do carro e algumas palavras hora ou outra.
Já na empresa, deixei meu pai no saguão e fui direto para minha sala, meu pai havia deixado algo para mim lanchar lá.
As horas foram passando, e finalmente era hora de ir para casa, como hoje era sexta fiquei até mais tarde terminando uns comerciais.
-Filho, vamos?- disse meu pai abrindo a porta.
-Claro pai, só vou desligar o computador e pegar algumas pastas.
-Te espero no carro então.- disse ele saindo.
Terminei de pegar as pastas de projetos, e desliguei meu computador, peguei minha mochila e saí.
Meu pai estava me esperando na garagem, ele estava ao telefone, então entrei quieto no carro, passaram alguns minutos e ele finalmente deu a partida no carro.
-Desculpe a pergunta, mas quem era no telefone pai?
- O Henrique, ele disse que agradecia o convite, mas não queria ser inconveniente, então eu insisti e ele finalmente aceitou- continuou- ele começa na segunda então domingo a tarde ele chega.
-AH, mas pai, domingo você não tem aquela conferência?
- Sim, você ficará em casa e o receberá com um enorme sorriso no rosto.- ele riu
-Eu tenho escolha?
-Não. - ele riu novamente.
Chegamos em casa e fui direto para meu quarto, tomei um banho e fui dormir.
Já no outro dia, meu pai acordou cedo e foi correr como sempre.
-Mas já levantou bela?- ele fez um barulho estranho de ronco
-HAHA. como o senhor é engraçado.
- Você me ajuda arrumar o quarto de hóspedes para o Henrique?- pediu ele
-Ele vai ficar no quarto na frente do meu, ou no perto da sala de jogos?
- Ele gosta mais de livros segundo o pai dele, então no da frente do seu, tudo bem?- perguntou
- Sim, vai ser bom ter algum nessa casa que goste de livros tanto quanto eu.
-Não sei se tanto quanto você, mas ele também tem uma minibiblioteca em casa.-disse sorrindo.
-Ai sim. vamos então? aquele quarto esta um pouco fora de ordem.
-Eu imagino.- ele sorriu e nos fomos arrumar.
Passamos a tarde toda lá, almoçamos, tomamos café tudo muito rápido para não perder tempo, quando finalmente terminamos já se passavam das 22:00.
-Graças a Deus terminamos.- Disse meu pai passando um pano na testa.
- Graças a Deus e a nós né pai...
-Claro hehe, filho eu vou ir tomar um banho e dormir, estou exausto e amanha tenho que acordar cedo.- disse bocejando
-Claro pai, vou colocar um aromatizante e já vou sair.
- OK, boa noite pai- disse me dando um beijo na testa
- ate amanha velho.
Ele me olhou com os olhos semicerrados e e mostrou o dedo do meio, ele fechou a porta e saiu dando risada.
Aquele quarto antigamente era onde minha mãe fazia os artesanatos dela, eu me lembro da gente rindo, a parede do quarto foi ela que decorou. São umas rosas azuis e verdes num desenho padrão pela parede onde a cama está.
Sai de lá e fui para meu quarto tomar banho, eu estava exausto, deitei em minha cama e praticamente desmaiei.
-Gustavo! Levanta eu já estou saindo.- berrou meu pai como sempre.
levantei rápido e fui ao banheiro, desci correndo e meu pai estava sentado na mesa comendo, seitei também e coloquei uma xícara de café.
- Você volta ainda hoje?
-Sim! mas provavelmente depois das onze.-disse ele olhando para o relógio.
- Que horas o cara vai chegar?
- O Henrique chega-rá lá pelas duas da tarde, leve ele ate o quarto e por favor, por favor filho seja gentil- ele implorou.
-Tentarei pai. Eu tentarei.
- Eu já estou indo filho, ate depois.- disse ele se levantando.
- OK, ate pai, qualquer coisa de ligo.
-OK . - ele pegou a chave do carro e saiu.
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Simplesmente voce
RomanceApós uma tragédia em sua vida, o jovem Gustavo acabou se fechando para o mundo e acabando com os sentimentos, mas um pequeno "imprevisto" poderá trazê-lo de novo para a realidade...