••••Eduardo on••••
Cinco dias, já estava aqui a cinco dias. O lugar para onde me trouxeram parece uma fazenda. Estou em um "Abatedouro", acorrentado, Gael estava aqui, ele me bateu com uma espécie de chicote com pregos. Não estou sendo alimentado, estou apenas bebendo a água, parece bobeira mas acho mais provável ele colocar veneno na comida do que na água.Queria ver meu filho, imagino o que ele está pensando agora, eu o abandonei, e o Júlio coitado, tanto tempo esperando para ficarmos juntos e isso acontece.
Hoje mais cedo ouvi os dois caras que cuidam aqui falando que Gael queria que eu morresse lentamente, por isso estava sendo torturado.
- Parece que sua filhinha não quer saber de você seu lixo.- disse rindo.
- Cala sua boca seu verme. Você não perde por esperar.
- Vai fazer o que? Você e seu filho vai querer dar para mim? - zombou.
Cuspi na cara daquele verme, fiz mal, pois ele me deu um soco no nariz. Não estava mais aguentando, estava fraco, com fome e estava todo machucado.
Depois desse soco parece que fui anestesiado. Mesmo sem ter muita reação consegui falar algumas palavras.- Sabe o que você é? Um gay enrustido, acho que você não encontrou até agora que quisesse comer você.
Ele deve ter se ofendido com a verdade, ele é os capangas vieram e começaram a me bater, quando viu que eu não ia desmaiar com aquilo, pegou um taco de madeira e me deu na cabeça, com isso eu perdi a consciência.
••••Gustavo on••••
Deixei Henrique na cama e saí com meu pai. Falamos com o delegado sobre o rastreador, ele achou muito boa essa ideia e estava disposto a ajudar a gente.Meu telefone estava tocando feito louco.
- Alô?
- Gustavo, onde você está?
- Relaxa amor, vim a delegacia falar sobre o carro, passaremos no mercado, já estou indo para casa.
-Ahh por que não me acordou?
- Você precisa descansar. Eu já estou indo. Beijo te amo.
- Também te amo.Ele estava um pouco abatido, ele parece uma criança carente, abraça e chora, mesmo que em silêncio.
- Pai, você acha que conseguiremos encontrar o Eduardo?
- Eu tenho esperança filho, e eu o amo muito, sei que vamos encontrar ele, é um dia seremos muito felizes.- disse me abraçando.
Meu pai nem imaginava, mas desde que o Eduardo sumiu eu ouço ele chorando na biblioteca, ele fica horas olhando para o vazio. Ele não quer demonstrar por minha causa, acha que eu posso piorar, mas eu estou consolando todos aqui.
- Eu posso tentar rastrear em casa pai? Eu já fiz isso antes e não é difícil. Esperar até amanhã para a equipe da polícia começar pode ser tarde.
- Filho, se for para ajudar encontrá-lo, pode até vender a casa.- respondeu.
Compramos algumas coisas para o almoço e voltamos rápido para casa.
- Amor. Você sabe onde estão os documentos do carro do seu pai?
- Sim. Eu vou pegar, descobriu alguma coisa?- perguntou já na escada
- Ainda não.
Ele subiu correndo, e em poucos instantes estava na sala com os documentos.
Liguei o computador enquanto ele procurava algumas instruções na folha.
- Espero que dê certo. - disse sentando ao meu lado.
- Vai dar amor. Confie em mim.
Ficamos cerca de duas horas sem sucesso. Mas quando estávamos quase desistindo o computador apitou.
Encontramos a localização do carro, estava à duas horas daqui.-Pai, corre aqui.
- O que foi Gustavo aconteceu alguma coisa?- perguntou apavorado.
-Achamos o carro.- disse Henrique orgulhoso.
- Aonde está? Muito longe? - perguntou.
- Não pai. Está a duas horas daqui.
- Vamos, não podemos perder tempo.- disse alvoroçado.
- Pai, você e o Henrique vão na frente, eu vou esperar e ir até a delegacia, e irei com a polícia atrás.
- Tem certeza? - perguntou.
- Absoluta.
Meu pai subiu pegar a chave e o telefone dele no quarto. Henrique veio até mim e me abraçou.
- Obrigado- sussurrou.
- Não precisa agradecer. Eu te amo.
- Eu também te amo- disse me beijando.
Meu pai desceu eles sairam. Meia hora depois eles ligaram, disseram que iriam ver o que estava acontecendo e passariam os detalhes para mim.
Fui até a delegacia e contei ao delegado. Ele preparou uma equipe e deu instruções.
Já estava escurecendo quando Henrique ligou de novo.- Amor, achamos o carro, mais a frente existe uma fazenda. Vimos Gael entrar com mais dois caras em um carro sem placa. Nos aproximamos e claramente da pra ver que eles escondem alguma coisa. Gael saiu agora pouco gritando com os caras e está dentro da casa grande. Fala para o delegado chegar silêncio e sem luzes, eles estão prestando atenção em tudo aqui. Não demora, eu te amo.- disse desligando.
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Simplesmente voce
RomanceApós uma tragédia em sua vida, o jovem Gustavo acabou se fechando para o mundo e acabando com os sentimentos, mas um pequeno "imprevisto" poderá trazê-lo de novo para a realidade...