Viadinho de merda.

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Chegou o dia em que eu iria viajar, estava tudo pronto.

- Filho você tem certeza que quer ir sozinho?- perguntou meu pai.

- Sim pai, óbvio que sim.

- Mas e se você levasse alguém não ficaria tão sozinho.-insistiu.

Eu acho que eles pensavam que sozinho eu iria cometer suicídio.

- E quem você sugere pai?

Meu pai e Eduardo se olharam.

- Se for quem eu estou pensando não adianta pai. Prometo que vou ficar bem e não vou tentar me matar.

- Você volta quando?- perguntou Eduardo.

- Bom. Antes do dia primeiro, ou seja semana que vem. Tenho que estar aqui quando o comercial ir ao ar, e tenho que pegar os resultados das provas na faculdade.

- Ok filho. Espero que se divirta lá.- disse meu pai.

- Eu não vou só me divertir, estou levando algumas sugestões de comercial ao ar livre. Irei gravar e mandar para os clientes aprovarem.

Olhei no relógio.
- Já são 12:30. Eu já vou ir.

Meu pai Eduardo vieram até mim e me abraçaram. Olhei para a janela e vi Henrique. Ele estava chorando. Seus olhos estavam com bolsas em baixo e muitas lágrimas caiam de seus olhos.

Me deu um aperto no coração. Mas o que ele fez me trazia a realidade novamente...

Entrei no carro e quando sai da vista de meus pais, chorei. Lembrei- me dê tudo o que havia acontecido, não consegui conter as lágrimas. Continuei a viajem apenas ouvindo música. Parece que o aleatório do meu pendrive queria me judiar. Começou a tocar a música Fall, ela é uma composição do Justin Bieber, mas cantado por um cara chamado Luca Tarqua, logo em seguida Never be the same again, da Mel C.

Estava perdido em meus pensamentos, que nem percebi que estava sendo seguido. Ter ficado sem poder falar, beijar e abraçar Henrique, vendo ele todos os dias, ouvindo a voz dele era quase como se estivesse morrendo aos poucos.

Continuei distraído quando um carro ultrapassou e parou na minha frente. Pisei no freio e vi algumas pessoas descendo do carro.

- Ah ora se não é o viadinho, a bichinha amiga do Henrique pessoal.- zombou Gael amigo de Henrique.

Reconheci logo os outros, eram os mesmos que me humilharam na casa da mãe do Henrique.

- Coincidência Cara.- Disse me empurrando.- Estava mesmo com vontade arrebentar a cara de alguém.- disse Charles, o mais forte deles.

- Licença cara. Eu tenho que ir.

- Epa. Pensa que vai onde viadinho de merda? - disse Gael me jogando no chão.- Galera. Peguem os brinquedos no carro. Hora da diversão.

Eles foram até o carro e voltaram com algumas barras de madeira, facas, correntes, fitas.

Começaram me amarrando no carro, na frente dele. Depois começaram me bater, eles me bateram muito. Fizeram alguns cortes pequenos em minhas costas e braços, e para piorar tacaram álcool neles, eu estava ficando com a vista preta, não sentia mais minhas pernas e não conseguia gritar devido ao pano que enfiaram na minha boca.

Quando viram que eu ia desmaiar, me desamarraram e me jogaram no chão. Me chutaram e jogaram mais álcool, Vi que um deles pegou meu celular, depois disso lembrou também deles correndo para o carro e o cara que pegou meu celular o jogou do meu lado e saiu correndo. Ele foi o único que não me bateu eu não entendi. Quando consegui me mexer um pouco alguém veio correndo e me deu um soco muito forte na cabeça. Eu apaguei instantâneamente.

•••Lucas•••
Eu estou com medo. Fui obrigado a participar daquela cena horrível. Eu tentei fugir. Mas me deram uma facada na perna quando tentei fugir. Espero que um dia o Henrique me perdoe. Não posso aparecer agora. Logo depois do acontecido arrumei minhas coisas e saí da cidade. Alertei meus pais e fui embora.

Vai ser difícil deitar a cabeça no travesseiro a noite, minha consciência vai pesar tanto.
No momento certo irei aparecer e contar tudo ao Gustavo. Espero ansiosamente por esse dia. E espero mais ainda que ele me perdoe, não quero guardar isso para sempre.

Em resumo, eu estava sendo chantageado pelo Gael, por que eu tenho namorado, sim eu também sou gay e meus pais não sabem. Tenho medo de todo mundo e infelizmente aquele traste descobriu e usou aquilo contra mim. Foi horrível o que eles fizeram comigo. Estou com um baita corte na perna, meus pais nem desconfiam do que aconteceu.
Ahh como a vida é cruel com a gente.

Simplesmente voceOnde histórias criam vida. Descubra agora