••••Henrique on••••
Acordamos cedo, o delegado ligou dizendo que estaria me esperando a partir da oito e meia da manha, chegamos lá e ele pediu para mim esperar um pouco enquanto ele preparava a pessoa que falaria comigo.
Pessoa de meu desafeto? Pode parecer mentira, mas não conseguia pensar em ninguém.
-Henrique, me acompanhe por favor.- chamou o delegado.
Segui ele até uma sala com vidros pretos.
- Oque ela esta fazendo aqui?
- Precisamos que ela nos de detalhes, ela pode estar escondendo alguma coisa. E conversando com você imaginei que pudesse fazer perguntas mais completas a ela.- disse
Entrei naquela sala com muito ódio, não via mais ela como mãe e sim como alguém que me causava repúdio.
-Filho, eu sinto muito pelo que falei aquele dia.- disse a miserável.
- Eu estou aqui por que meu pai sumiu, temos certeza que o Gael está envolvido e você pode saber mais detalhes.
-Eu ajudarei no que for preciso filho.- respondeu
- Não me chame de filho, depois das palavras que você disse no outro dia, perdeu esse direito.
- Henrique...- disse tentando pegar minha mão.
Eu recusei e cruzei meu braço olhando pra ela.
- Por que você fez isso? Eu sei que não fui o melhor filho, mas eu tentei. Tentei até o último momento, e para me agradecer você manda matar meu namorado? É isso que significa agradecer?
Ela olhou com uma cara de deboche
- ANDA SUA VADIA, RESPONDE.
-Você quer mesmo saber? OK. eu conto, vou dizer tudo desde o início.
-...
- Conheci seu pai na faculdade, éramos muito amigos. Ele e o Júlio aquelas bichas nojentas tinham um caso, um dia o pai dele disse que ele precisaria arrumar uma namorada e parar de dar bola para o Júlio, ele deu uma festa e nós bebemos muito, Júlio foi mais esperto e arrumou logo a Clara, fofa e meiga. Já eu e seu pai transamos naquela festa. Eu tinha um namorado, e amava muito ele, na semana seguinte descobri que estava grávida. Seu avô me forçou a casar com ele. Engravidar foi a pior coisa da minha vida, quando chegou o dia do bebê nascer, tive complicações e a criança morreu.
- Como assim morreu? eu estou aqui.
-Cala a boca. Eu não podia dizer que o bebê tinha morrido por minha causa, então paguei ao médico para trocar as crianças. A outra mulher morreu no parto. Traí seu pai desde o dia em que nos casamos, ele nunca foi feliz, vivia na casa do Júlio por isso. A Clara sabia que eles tiveram um caso e não ligava, mas eu queria um marido não uma puta.
Nesse momento minha mão tremeu e eu tive vontade bater naquela vagabunda.
Eu não conseguia acreditar naquilo, eu não era filho do meu pai. Dane- se isso não mudaria nada.
-Gael foi uma bela diversão transamos muito. Você nem imagina, ele me contava tudo e eu a ele. Planejamos tudo, eu queria que ele acabasse com a vida daquele viado seu namorado, mas ele achou que seria mais emocionante bater nele e o abandonar. Você está aqui para saber onde está o Eduardo não é mesmo? Bom eu realmente não tinha previsto isso, mas o carro dele tem rastreador, ele deve estar dando por aí.- completou
- Você é uma vagabunda mesmo. Seu lugar não é aqui, mas sim no inferno. Não quero que você morra cedo, quero que tenha muitas doenças e morra aos poucos.
Ela me olhou com aquela cara de puta dela.
- Eu fico feliz por não ser sua mãe. Falhei na minha vida por ter casado com uma putinha e como recompensa criei uma bicha. Não sei como consegui suportar você até agora, eu tenho nojo de você.- disse rindo
Não sou covarde, mas ela não é uma mulher. Não consegui aguentar e dei um tapa na cara dela, foi muito forte, o delegado entrou na sala e me tirou de perto dela.
Saí correndo daquela sala, lágrimas escorriam em meu rosto de forma involuntária, me joguei nos braços do Gustavo que estava me esperando de pé. Foi um abraço acolhedor, por um segundo esqueci o que aquela vaca tinha dito.
-Amor, o que aconteceu? - perguntou.
Depois de me recuperar um pouco contei a ele. Que acabou ficando sem palavras também.
- Henrique, vou liberar você, obrigado por ter dado aquele tapa. Eu estava quase entrando lá já.- disse o delegado
-Obrigada senhor. Até logo
- Até logo. -respondeu
De toda essa merda que ela falou tem um ponto que eu não tinha pensado.
O Carro do meu pai tem rastreador...
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Simplesmente voce
RomanceApós uma tragédia em sua vida, o jovem Gustavo acabou se fechando para o mundo e acabando com os sentimentos, mas um pequeno "imprevisto" poderá trazê-lo de novo para a realidade...