Sem notícias.

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•••• Henrique on••••
- Júlio por favor, eu preciso saber como meu pai está. Ele disse alguma coisa? Já fazem três dias.

- Henrique, Gustavo, nós precisamos conversar. Antes de sair seu pai me disse uma coisa, ontem à noite ele recebeu uma carta do Gael, nessa carta dizia que estávamos sendo monitorados e que se tentássemos fugir ele saberia. Também dizia que ele devia fazer uma escolha ou a vida dele ou a sua vida. Ele disse que me amava, mas teria que tomar uma decisão e que não era para mim interferir pediu, para que eu não contasse para ninguém sobre essa carta tenho certeza foi esse o motivo por ele não ter dado notícias Eduardo estava muito abalado aparentemente alguma coisa mais séria aconteceu.- explicou.

- Já fazem três dias. E agora você diz isso? Porra Júlio. É meu pai e seu namorado, vou ir agora comunicar a polícia.

- Eles já sabem. Eu avisei assim que o Eduardo me disse. - falou.

- Pai, nós podemos fazer alguma coisa?- perguntou Gustavo.

- Podemos procurar ele pela cidade. E tentar saber onde está a maldita carta.- respondeu.

Ainda estava de manhã, nos últimos três dias nós não dormimos quase, ficamos ligando, esperando, procurando e nada. Nada do meu pai.
Saí com o Júlio e o Gustavo, demos a volta em quase toda a cidade e nada, perguntamos para algumas pessoas e elas não sabiam nada também.
Paramos de procurar já estava passando das onze e nada.

- Henrique não fica assim. Iremos achar ele. Eu prometo.- disse Gustavo me abraçando.- Vamos dormir, amanhã sairemos cedo.

- Eu acho bom vocês irem mesmo descansar, estou indo para a delegacia, os policiais querem algumas coisas para identificar o Eduardo. Disse

-Nao. Vocês vão dormir.- insistiu.

- Venha Henrique, amanhã cedo eu juro que iremos continuar ok?- falou Gustavo me puxando.

- Henrique, eu amo seu pai tanto quanto você, se está doendo em você imagina em mim. Eu juro que iremos encontrar seu pai, e prometo que ele vai estar bem.- Disse.

Gustavo me levou para o quarto e me arrumou na cama. Eu não estava depressivo, mas estava fraco, faziam dois dias que não dormia.

Gustavo estava tentando não demonstrar, mas ele também estava mal.

Dormir muito bem, estar com Gustavo ali me deixava mais feliz, acordamos e fomos tomar café. Júlio estava nos esperando com um policial na sala.

- Henrique, venha aqui fazendo um favor- chamou.

- Bom dia Júlio, bom senhor.

Eles responderam.

- Henrique, achamos que seu pai pode ter sido sequestrado, em alguns casos é só tortura, mas em outros eles pedem uma recompensa e acabam matando mesmo assim. - Continuou o policial- eu quero que conte tudo que sabe sobre esse Gael.

- Bom. Somos amigos desde criança, ele vivia lá na minha casa brincando. Ele sempre mostrou comportamento agressivo quando se tratava de gays. Mas nunca fez nada a ninguém, pelo menos que eu saiba.

- Como era a relação dele com seu pai?- perguntou.

Júlio achou mais conveniente nos deixar a sós, então foi para a cozinha com Gustavo.

- Ele sempre gostou do meu pai, quando minha mãe chamou meu pai de bicha na frente de todos meus amigos ele começou a se afastar. Quando me mudei pra cá ele parou de falar com meu pai.

-Voce sabe se existe alguem que poderia ajudar a saber mais sobre ele, amizades, planos, essas coisas?- perguntou.

- Bom. Tem o Lucas, um amigo meu ele foi ameaçado por ele. Ele participava de tudo o que o Gael planejava, fazia tudo o que ele mandava por medo.

- Você pode entrar em contato? - continuou.

- Eu não tenho, mas meu namorado sim.

Chamei o Gustavo que veio imediatamente.

- Gustavo você pode passar os dados de contato do Lucas?

- Sim. Eu marquei em um cartão. Já volto.- Ele saiu.

Esperamos em silêncio até ele voltar com o cartão.
Ele chegou e entregou para mim.
Liguei para Lucas e ele atendeu prontamente. Expliquei o que estava acontecendo e pedi a ele para contar tudo.

" Bom, quando ele descobriu que seu pai era bi, ele começou a boicotar as coisas, vários dos fins de semana que passamos na sua casa e algo dava errado era ele. Quando ficou sabendo que eu tinha um namorado, ele começou a me chantagear. Dizia que contaria aos meus pais sobre eu ser gay e que acabaria comigo. Algumas vezes consegui deixar ele bêbado, descobri que ele queria algo mais com sua mãe. Um dia o Eduardo xingou ele, e ele jurou se vingar".- disse Lucas.

A última vez que o vi, foi no hospital ele apenas me cumprimentou e saiu.

-Henrique, temos que conversar com uma pessoa de desafeto sua. Espero você amanhã na delegacia ok? - perguntou o policial.

- Ok.

••••Gustavo on••••
Meu pai disse que o Henrique terá que enfrentar o demônio amanhã. Nosso dia foi em vão novamente. Não achamos nada.

Simplesmente voceOnde histórias criam vida. Descubra agora