1° Presente de casamento

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Faziam duas semanas que meu pai havia feito o pedido. Estávamos todos muito felizes aqui em casa. Mas ainda faltava algumas peças em nosso quebra- cabeça e uma e talvez a mais intrigante, oue aconteceu com o verme do Gael?

Desde que encontramos meu pai estamos tentando contato com o delegado, mas não há resposta ele não retorna ligações e quando vamos até a delegacia ele não está.

Mesmo sabendo que ele como delegado sabia o que estava fazendo ainda ficávamos apreensivos de vez em quando.

Estávamos chegando em casa depois de um passeio em família, estávamos todos na maior empolgação quando tocou o telefone. Era justamente quem precisávamos ouvir, o delegado.
Perguntou se poderia vir até nossa casa, confirmamos e ele disse que a tarde estaria aqui.
Dito é feito. Quando deu 16:00 a campainha tocou.

- Entre delegado por favor.- disse meu pai

Ele entrou logo fomos todos para a sala.

- Bom. Eu queria pedir desculpas pela demora, mas tenho uma coisa importante para dizer.- explicou.

- O que aconteceu com o verme do Gael? Ele conseguiu fugir?- perguntou Gustavo.

- Bom, primeiramente gostaria de dar os parabéns a vocês dois, soube que vão se casar, e queria dar meu presente de casamento.- disse entregando um envelope.

- Isso é um atestado de óbito.- disse meu pai.

- O Gael morreu? Como? - perguntou Júlio.

Fiquei pasmo mas feliz ao ouvir aquilo, olhei para Gustavo e ele estava em choque com aquela notícia.

- Bom, antes disso preciso contar algumas coisas também.- Continuou.- antes deatar os dois policiais na fuga da cadeia, ele já tinha matado mais seis, cinco homens é uma moça. Os cinco caras foram encontrados esfaqueados e com um tiro na cabeça, e a moça foi estuptada e espancada até morrer.

- Meu Deus. E o que aconteceu naquela noite Em que achamos meu pai?

- Ele fugiu com um carro da polícia, avisamos os policiais que estavam esperando fora da propriedade, eles o seguiram e quando finalmente chegaram em um terreno ele atirou na cabeça dos tres.- Respondeu.

- E como ele morreu?- perguntou meu pai.

- Lembra dos dois policiais que ele matou quando fugiu? Então, um deles tinha mulher é dois filhos e outro um marido. Depois do acontecido as famílias se uniram para procurar ele. Depois que o Gael matou os três policiais aquela noite ele fugiu novamente e conseguimos rastrear. O carro dos policiais mortos estava no meio do mato, quando eu olhei para dentro vi meu filho, ele havia levado um tiro na cabeça, morreu em minhas mãos, ele pediu desculpas e morreu. Eu não sabia o que fazer, então liguei para o marido do policial morto e passei o endereço.- Ele enterrou a cabeça nas mãos.

- Seu filho teve coragem.

- Mas o marido do policial matou o Gael?- perguntou meu pai.

- Sim, ele foi até o local e o Gael estava dormindo.  Ele me ligou e eu fui até o local. Demos um jeito de dopar ele. Júnior, o marido do policial estava tomado de raiva. Eu saí do local e ele empalou o Gael com um cabo de enchada. Achamos ele morto três dias depois.- respondeu.

- E o que aconteceu com o Júnior?

- Infelizmente, ficar sem o marido e a pressão de ter matado uma pessoa foi demais para ele, e ele acabou se matando em seguida. Enterramos o corpo dele com  cortejo ao lado do marido.- concluiu.

- Eu sinto muito por seu filho ter morrido. Ele foi um herói, deve ter muito orgulho dele.

- Sim, todos nós temos muito orgulho dele.- Respondeu.

- Eu jamais imaginaria que ele seria assim, desde criança ele frequentava nossa casa.- disse meu pai.

- É meio irônico ele ter morrido desta forma não? Tudo o que ele abominava eram gays, e acabou sendo assassinado por um e empalado.- Disse Gustavo.

- Poxa, eu estou feliz por saber que não teremos mais o Gael para atrapalhar tudo. Mas fico triste por tanta gente ter morrido.

- Bom. Eu só queria dizer isso mesmo, tenho que ir agora. Estão me esperando lá fora.- disse o delegado.

- Eu sinto muito mesmo. Esperamos você no casamento.- disse Júlio.

- Eu ficarei feliz em ir.- respondeu.

O acompanhamos até a porta, ele se despediu e foi embora.

Caramba, meu melhor amigo de infância era um assassino, e estuprador. Eu não esperava isso dele. Fiquei aliviado por ele ter morrido. Não podia ter sido diferente, se alguém não tivesse matado ele eu mesmo faria isso.

Simplesmente voceOnde histórias criam vida. Descubra agora