Capítulo 8. A Viagem

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"Me pergunto as vezes se tudo não passou de um sonho tolo, perca de tempo, dinheiro e saúde mental."

Os dias se passavam normalmente.

Eu continuava falando com você regularmente, porém mais por mensagens.

Era claro para todos ao nosso redor que tínhamos algum envolvimento, a noite quando ele ia para a casa de Kessy conversar com o pai da mesma as trocas de olhares e sorrisos eram inevitáveis.

Porém tudo que é bom dura pouco, pensando nessa frase hoje em dia, vejo que deveria ter aproveitado bem mais.

_Menina que ela arrasou com esse aparelho.

_Amiga obrigada, mais fiz uma coisa, dei teu número pro rapaz da confecção.

Kessy falou isso com a cabeça baixa, de forma que seus cabelos ficaram em seu rosto, mais quando levantou pude ver novamente seu sorriso metálico.

_Ah vadia eu te mato.

Falei me levantando, enquanto ela já estava em pé calçando os chinelos, corri atrás dela quando de repente Kessy cai de cara na calçada seguinte, eu paro e olho pra ela que se senta e diz e me xinga, sorrindo.

_Amiga vem, deixa eu te ajudar - estendo a mão pra ela segurando o riso-Tu se ralou um pouco.

_Eu espero que esses ralados tenham válido a pena, e tu pelo menos converse com o Alan.

_Ok eu converso com ele, depois de ligar pro Mael é claro.

Voltamos a sentar e entreguei meu Chip a ela que rapidamente colocou no celular, ouvi três buzinas olhei na direção e vi Niel passando de moto.

Ouvi um bufar vindo de Kessy.

_Esquece esse cara foca no Alan.

Chip no celular ligo pro Niel, enquanto Kessy me olhava com um olhar de reprovação, coloco a ligação no viva voz.

_Boa noite moço.

_Iai madame, como que tá?

_Tô bem, tava com saudades de ouvir tua voz - impaciente Kessy revirou os olhos.

_Eu tabémm morena, ei tenho algo pra te perguntar - após um momento de silêncio a pergunta veio certeira- quer namorar comigo?

_Não - eu disse com o coração apertado - acho melhor não.

O silêncio mortal reinou entre nós, eu olhei pra Kessy que me olhava sem entender nada, e mexia os braços como se estivesse pedindo socorro.

_Por que?

_Daniel eu sou muito nova pra assumir um relacionamento sério com você, olha nossa diferença de ida...

_Eu vou viajar não sei quando volto.

Meu peito apertou.

_Oi? Como assim? Quando você ia me dizer?

_Assim que você aceitasse meu pedido de namoro.

_Tenta entender meu lado Niel por favor,

Silêncio.

_Você promete voltar pelo menos pro meu aniversário?

_Prometo.

O silêncio reinou novamente, involuntariamente cacei meu cordão em meu pescoço, lembrei que tinha perdido.

_Oi? Tá aí?

_Tô, me diz que vai me esperar morena, não vou ficar com ninguém nessa viagem, eu gosto muito de ti, assim que chegar prometo que falo com teus pais e resolvo nossa situação.

Olhei pra Kessy que me encarava com os olhos arregalados, e fez um movimento de sim com a cabeça, enquanto fazia o sinal de legal com a mãos.

_Tá bem, eu te espero. Eu gosto muito de você também, e que quero que a gente fique juntos, só não acho certo assim, do nada, mais prometo te esperar voltar pra gente resolver isso.

Kessy revirou os olhos e sibila um "Cuida Vaca ", apontado pra um relógio imaginário no pulso.

Lembrei novamente do meu cordão, ao olhar pra correntinha de Kessy.

_Daniel você ficou com minha correntinha?

_Fiquei.

_Pode vir deixar antes de viajar?

_Não, perdeu gata.

_Mais porque? Porque não me disse que tava com ela ?

_Quero ter uma lembrança sua, pra viagem sabe.

_Tá bem, mas me devolve quando voltar.

_Pode deixar morena.

Nós nos despedimos e olhei pra Kessy que sorria abertamente.

_Que lindinhos, agora vamos ligar pro Alan.

   Jogo o celular encima do sofá e suspiro, vou tomar um banho pra esfriar a mente, mais que droga, porque ela não podia simplesmente aceitar o pedido de namoro?

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Jogo o celular encima do sofá e suspiro, vou tomar um banho pra esfriar a mente, mais que droga, porque ela não podia simplesmente aceitar o pedido de namoro?

Será que ela tinha noção, do quanto foi difícil pra min, conseguir pedir isso?

O pior que ela estava certa, não podíamos arriscar tudo assim, ela era de menor e eu ainda tinha quase o dobro de sua idade.

Termino o banho e me visto, pego as chaves da moto e saio de casa, acelero e deixo o ronco do motor e o vento frio levar minha raiva, ou seria medo ?

Sim, medo. Medo de perder pra outro, medo de que ela ache alguém mais novo e totalmente desimpedido enquanto viajo, pelo menos isso eu ainda tinha a meu favor, ela não sabia de nada sobre Carol.

Tudo o que não fomos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora