Tudo o que não fomos (Em Revisão)

Capítulo 14. O Plano part.3

   Senti uma dor forte quando bati com as costas no carro, e confesso que tremi ao ver que ele já vinha com tudo pra cima de min, Ronan o segura bem a tempo, e grita.

  _Que porra é essa Niel!?

  _Me dá a chave Carol!

  _Não!

  _Que história é essa de chave? - Ronan fala ainda segurado Niel.

  _Explica porra! Explica pra ele Carol.

Aproveito que Ronan interfere na briga e entro em casa.

  _Que história é essa de chave?

  _Explica porra! Explica pra ele Carla.

   Ronan a olha sério e ela me fita com medo, ela junta a sacola e passa por nós dois, ela entra em casa e eu entro atrás, ela vai em direção ao quarto e eu tranco a porta.

  _Me devolve a chave Carol.

  _ Pra que? Pra você se encontrar com aquela vadia? Quem é ela? Em que esquina vocês se conheceram? Ela já deu pra você? Já fodeu com ela sem camisinha?

 _ Cala a boca porra! Cala a boca e não me irrita. O cordão é de uma prima, quebrou, e eu achei na calçada.

  _Tem certeza que foi só isso? Eu não aceito traição, eu juro que termino tudo.

  _Se tu não me devolver, eu juro que passo um ano sem vir aqui.

   Ela tira a chave do bolso e joga encima da cama, senta e começa a chorar.
   
   E eu não sei como agir, como resolver isso, acalmar ela, não queria que isso tivesse chegado a esse ponto.

   Eu continuo em pé ao lado da porta, à observando chorar, seus soluços são altos e eu me amaldiçoou por dentro por ser tão duro com ela as vezes.

   Vou até ela, sento na cama e a puxo pra um abraço, ela ainda soluça e aos poucos se acalma.

  _Te machuquei?

  _Não.

   Olho encima da cama, uma sacola de papel, com um nome de uma marca qualquer de roupa me chama a atenção.

  _ Comprou roupa?

  _Comprei o vestido da festa de amanhã, o Ronan levou eu e a Paula pra comprar.

  _Vai ser que horas?

  _Começa 18:00.

  _Eu vou ficar pra festa, isso é se você ainda quiser.

  _É claro que eu quero! É serio mesmo?

  _Anham. Desculpa tá bem?

  _Tá tudo meu amor a culpa também foi minha.

   Que Deus me ajude, como vou explicar pra Natália que eu não pude ir pro seu aniversário?

   Eu vou ficar doido com duas mulheres.

   Tomo um banho me visto e começo arrumar o quarto, roupas, creme de cabelo e algumas maquiagens no chão.

   Dobro os lençóis, arrumo a cama, recolho as coisas que estavam no chão, arrumo na minha bolsa e quase choro ao ver que meu pó tá quebrado, restando apenas a "farofa" da minha querida maquiagem.

   Quando termino tudo, já são quase 18:00.

   Sento na cama e suspiro, meu plano estava dando certo, tinha conseguido fazer com que Niel ficasse aqui por mais uma semana, e melhor, fiz com que ele se sentisse mal por mais cedo.

   Ele não sabia, mais antes de sair eu ouvi o alarme do celular dele, com o lembrete " Amanhã 17 anos da morena".

   Bom eu não sabia quem era a vadia, mais que ela era morena e fazia aniversário amanhã, eu já sabia, sem falar que, ela era bem mais nova que eu, o que me deixava com ainda mais raiva, me lembro como se fosse ontem, que ele não queria ficar comigo por me achar nova demais na época, e agora provavelmente me traia com uma mulher ainda mais nova que eu.

   O Niel foi me deixar em casa por volta das 20:00, e prometeu que voltava antes das 10:00, entrei em casa e aguentei meia hora de carão da minha mãe, afinal fazia dois dias que não vinha em casa.

   Eu me sentia péssimo, e um fraco.

   Quando entrei na casa do Ronan dou logo de cara com Magno, que pra variar me olha com a cara feia.

  _Quando a gente volta?

  _Essa semana, acho que na sexta.

  _Achei que era amanhã.
 
_Era, mais eu resolvi ficar pra festa da Carol amanhã.

  _Tu não ia terminar com ela?

  _Ia, do verbo não vou mais.

   Sento no sofá e acendo um cigarro, olho pra Magno que ainda me olha com cara feia.

  _Isso não vai dar certo cara, uma vai acabar descobrindo da outra.

  _Vão mesmo, mais até que isso aconteça, eu fico com as duas.

   Tomei um banho e fui pra casa da Carol, fui cedo não eram nem 10:00 da noite mais como a mãe da Carol dormia cedo quis respeitar, cheguei lá e ela tava no quarto, deitada mexendo no celular com um shortinho fino e um top, seus cabelos estavam presos em coque desleixado, eu paro na porta e fico a observando por um momento, observando o quanto ela era bonita, entro no quarto e tiro a blusa, me deito ao seu lado e ela desliga o celular e se aconchega junto a min.

   Não trocamos uma única palavra naquela noite, nem mesmo sobre o acontecimento de mais cedo, e eu agradecia mentalmente por isso.

   Eu demorei a dormir, não me sentia confortável ali ao seu lado, eu já não amava como antes, na verdade nem sei se já cheguei realmente a amar.

   Mais ela ainda era meu porto seguro. E eu precisava dela junto a min.