Capítulo 19. Efeitos

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   Acordo com minha cabeça latejando, meu corpo pesa, tomo um banho me visto e vou para cozinha, minha irmã merendava enquanto o seu celular tocava sem parar.

  _Não vai atender? - Olho o celular e vejo a foto de Alex na tela.
 
   _Ele tava ficando com uma ruiva quando entrei no quintal, tive vontade de tacar brasa na cara dele.
  
  _Na cara dele?

   _É, eu fico com ele não com ela. E tu e o Junin?

  _Não sei, acho que ele é muita areia pro meu caminhãozinho.

  _Da duas viajens oxé, tem essa não.

   Merendo e começo a arrumar a casa, minha Luciana sai pra trabalhar e eu vou acordar minha irmã mais nova que ainda dormia. Enquanto fazia o dever de casa, pensava na noite anterior, a bebida, as drogas, as mulheres que almejavam ficar com alguém de poder, aquilo parecia surreal, mais na verdade era bem real, tudo aquilo não se comparava com as pequenas festas realizadas pelos meninos aqui da rua, e eu me perguntava o que Junior tinha haver com tudo aquilo? Minha irmã não me dizia nada e muito menos ele, saio dos meus pensamentos e vou por o almoço no fogo, e guardar meu material escolar.

 Enquanto fazia o dever de casa, pensava na noite anterior, a bebida, as drogas, as mulheres que almejavam ficar com alguém de poder, aquilo parecia surreal, mais na verdade era bem real, tudo aquilo não se comparava com as pequenas festas realiza...

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   Não conseguia parar de pensar nela. O que eu tinha feito de tão ruim assim? Por que ela não atendia o celular? Por que não respondia minhas mensagens ? Será que ela já estava com outro?

   Mil perguntas rondavam minha mente, não tinha mais falado com Carol desde ontem, mais ela já tinha ligado mais de trinta vezes e mandado várias mensagens, e eu não tinha respondido e nem iria responder nenhuma, por culpa dela Natallia estava com raiva de min.

   Não tinha nem sequer a visto ontem, depois que cheguei fui na casa do seu vizinho e fiquei um bom tempo lá, jogando conversa fora e nada dela aparecer, até que a filha dele comentou com o mesmo, que ela tinha saído para uma festa.

   Uma festa. Ela quase nunca saia de casa, e isso só me deixou pior, peguei a moto e saí pra dar um rolé e tudo nas imediações estava calmo, exceto por uma especie de baile funk, que acontecia praticamente na rua, passei devagar por lá e por um momento achei ter a visto sentada próximo ao portão, mais não tinha certeza de nada, voltei pra casa e praticamente não dormi pensando nisso.

   Mais não iria desistir, ela não podia se esconder de min, ela era praticamente minha vizinha, uma hora ou outra eu iria dar de cara com ela e iríamos conversar, e se Deus quisesse nos acertar, termino por hora o serviço e vou almoçar.

   O sinal toca, me levanto e e quando ia por a mochila nas costas L a pega e sorri de lado para min, eu dou um beijo estalado em seu rosto e seguimos para fora da sala, conversamos algumas besteiras e sentamos no pátio perto do portão de saída

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   O sinal toca, me levanto e e quando ia por a mochila nas costas L a pega e sorri de lado para min, eu dou um beijo estalado em seu rosto e seguimos para fora da sala, conversamos algumas besteiras e sentamos no pátio perto do portão de saída. Ele ia só para casa, como a maioria dos outros meninos do 9 ano, mais sempre esperava meu transporte chegar. Eu achava fofo da parte dele ele era cuidadoso comigo e gostava bastante de min, mais não rolava.

   O transporte chega, me despeço dele e do pessoal e entro no transporte, eu sempre ia na janela, apesar de já conhecer a rota de có e salteado, gostava de prestar atenção no caminho, deixamos quase todo mundo e quando finalmente chega a minha vez, travo, assim que desço Mael estava na calçada do meu vizinho, sem camisa e sorrindo com um copo na mão, junto a outros homens.

   Ele me olha e seu sorriso some, ele me analisa de cima a baixo e eu apenas o encaro, digo boa tarde a todos e entro, meu coração batia descompassado no peito, falo com minha mãe e vou tomar um banho, me visto e vou comprar merenda, quando saiu de casa posso sentir seu olhar sob min, e quando já ia virando a esquina escuto sua voz bem próxima.

  _Até quando você vai me ignorar? - Caralho ele veio atrás de min! Continuou andando como se não fosse comigo.

  _Se não falar comigo eu vou gritar, pra todo mundo ouvir! Todo mundo vai saber. - Me viro e o encaro, projetando minha cara de mal mais convincente.

  _O que é Mael? Me deixa em paz porra, vai lá fica com tua namorada, a não pera? Como foi que ela disse mesmo? Ah foi namorida. - Me viro e continuo andando, ele segura em meu braço com força e me puxa.

_ Olha aqui Natália  não sei o que a vagabunda lá te falou, mais você vai me escutar.

_Me solta Mael, por favor, a gente conversa, apesar de tudo, eu quero explicações.

   Ele me encara e sorri, suas covinhas aparecem e andamos lado a lado, como um casal, enquanto eu escutava atentamente sua versão das duas últimas semanas.

2 semanas depois...

   As coisas voltaram a ser como antes, Alan não olhava mais na minha cara e eu agradecia mentalmente por isso, eu e Mael tínhamos voltado a nos falar como antes, porém ainda existia aquela famosa pulguinha atrás da orelha, não era tão burra assim para acreditar em toda sua história mais em parte havia me convencido, agora nós nos víamos ainda menos, afinal ele tinha que compensar as semanas que tinha passado fora.

  Eu e Junior estávamos bem mais próximos, e minha irmã agora se mostrava contra e soltava indiretas sobre nós dois, eu ignorava ou pelo menos tentava, era como se ela tivesse ciúmes dele comigo. O rapaz da Lan Hause me chama e eu pego a pesquisa e pago, Luciana paga a Xerox da sua identidade e saímos de lá, vinhamos conversando quando o barulho de várias viaturas chama nossa atenção.

     _Natt olha o tanto de viatura! Acho que é na casa no Junin! - Meu peito aperta de imediato, ele morava quase no final da rua que cortava a minha, e era possível ver a multidão descendo a rua pra ver o que era.

  _Bora lá, o que será que aconteceu?

  _Você não vai! Eu vou só.

     Me assusto com a forma que ela me trata, aceleramos o passo e assim que chegamos em casa ela pega o celular e liga pro Junior, ela estava aflita e tremia tendo que discar o número novamente, eu apenas observava tudo calada, me sentia traída, ela fala com ele e sai de casa apressada, sem nem ao menos dizer o que houve.

   Já estava arrumada pro colégio quando minha irmã chega em casa, seus olhos inchados e o nariz vermelho denunciam o choro.

   _ Mataram o pai do Junior! Mataram ele porra! - Ela começa a chorar novamente e eu apenas a encaro.

   Ela passa direto pro quarto e eu termino de lavar meu prato, termino de me arrumar e vou sala  esperar o transporte, ponho no jornal local e uma reportagem ao vivo mostrava a casa do Junior, e o repórter explicava como o crime tinha acontecido "...eles chegaram atirando, a vítima não teve tempo de reagir, provavelmente o motivo do crime seja disputa de território, a vítima não tinha antecedentes criminais... A vítima era cunhado de um o assaltante interestadual com ações em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará..."

   

Tudo o que não fomos (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora