A vida adulta começa
Quando a resiliência vacila
Quando o peso de sua cruz
Se torna maior que o de seus sonhos
E sem um motivo aparente
As lágrimas não hesitam em fugirPerdido no meio do caminho
Sem saber se vou ou volto
Permaneço inerte, congelado,
Abraçado com meu coração amargurado
Decisões importantes a serem tomadas
E eu nem sei se queroAo meu redor, o Tempo continua
Correndo sem que alguém lhe alcance
Maltratando os desavisados
Que não sabem como jogar
E ficam assim como eu
Flutuando em meu próprio desesperoTem dias que o sol me visita
Minhas pernas são soltas,
Consigo caminhar, mas não muito,
Com a visão embranquecida
Vou levemente voltando
Para dentro de minha cavernaSe ao menos eu soubesse
O que sinto e o que fazer
Certamente tentaria
Embora sinto que falharia
Mas o que é a falha
Aos olhos de Deus?Pessoas vivem julgando
Pessoas vivem impondo
Pessoas vivem oprimindo
Eu fico quieto em meu canto
Sem ir ou voltar
Preso em meu destinoFecho os meus olhos e rezo
Para algum deus disponível
Aquecer meu coração
E me conceder,
Um ou dois motivos
Para continuarChega!
Não quero ser dependente
Da humanidade nem da deidade
Essa jamais foi a vida desejada
Algo necessita ser feito
E eu nem sei o queNo fim, penso ter recuperado
A resiliência perdida na infância
Junto a ela,
Quanto tempo jogado fora
E que não será reciclado...
Valeria uma redenção tardia?Bobo aquele que pensa
Que nunca é tarde demais
Pois é, e muito,
Por sorte em minha situação,
Não possuo nada, não sou nada,
Hoje poderei ser alguém.
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Um Abismo Atrai O Outro
Poetry[Obra vencedora do Wattys 2017 na categoria "Grandes Descobertas"] Conjunto de poemas encontrados bem no fundo do abismo de mim mesmo. #5 em Poesia - 05/12/17