VIII (Os Ventos Uivantes)

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Escondido sob a proteção de fortes paredes estava,
mas podia ouvir os uivos que os ventos deixavam
Horripilantes, marcando em minh'alma, o ódio sentido
Uivando varriam as ruas e nos céus, nuvens com medo
Corriam, dos poderosos ventos uivantes
Corriam

De minha janela avistei árvores feridas,
mas os gritos de dor que elas libertavam
Eram abafados pela fúria dos ventos que passavam
imponentes, como reis frente à pessoas malqueridas

O Haiti, o Japão, o Nepal e tantos outros
Já sentiram na pele a ira da Natureza
E nesta madrugada foi a minha vez
Os ventos uivantes me chamaram para brincar
E eu com medo me escondia,
dos ventos uivantes me escondia

O homem acredita ter a Natureza nas mãos,
Por mais que ela o deixe muitas vezes sem chão
Porém estamos próximos do momento
Que nem o meu ou o seu deus poderá nos salvar
A Mãe-Natureza cria e mata
Ela não perdoa os impiedosos.

ABISMO REVISITADO

Os ventos uivantes,
No meio da noite outonal
Varrem as ruas...

Foi uma decisão difícil transformar esse poema em haikai, acredito que o terceto seja capaz não só de transmitir a carga emocional do poema, mas também como inspirar quem lê a se imaginar no meio dessa noite outonal tempestuosa... Se você quiser conferir o original é só ir até o outro Abismo e o encontrará.

Um Abismo Atrai O OutroOnde histórias criam vida. Descubra agora