XI - Estou exausta e liberta

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Estou exausta e liberta,
Uma liberdade figurada
Uma paz momentânea encoberta
Por toda dor outrora derramada

Tanto esforço doado
Jorrado sem cerimônia
Um qualquer mal amado
Que lutou contra a própria insônia

Livre, mas incompleta
Assim continua viva
A minha pobre alma de poeta
Jogada em seu mais próximo divã

O pior já passou
Repete em seus versos
O alívio que tanto sonhou
Curou a dor de seus olhos

Que agora enxerga minha alma
Completamente humana
Um amargo de ódio e lama
A revelação profana

O que sobra do pós-guerra
É a destruição e a morte da inocência
O que sobra é o filho que berra
Pelo pai que virou essência

Nossa sobrecarga sumirá
Junto com a nossa a morte
Antes disso haverá...
Os tolos vagando a própria sorte.

Um Abismo Atrai O OutroOnde histórias criam vida. Descubra agora