XIX - Sua ida ainda é sentida

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Sua ida ainda é sentida
Lágrimas ainda escorrem
Um vazamento interminável
Causado pela verdadeira saudade
Aquela que só a morte provoca

Era a hora, mas que se dane
A vida é injusta, sempre foi
Chorei em cima do caixão, no túmulo
E novamente choro agora
Um maldito interrompendo sua nova vida

Sua falta é imensurável
Trocaria vinte anos da minha vida
Só pra ter você aqui por mais dois
Você me criou, mas não está aqui
Para ver os frutos que estou deixando

Sinto a sua falta tanto quanto sinto culpa
Foi eu o primeiro a te abandonar
Quem soltou o gatilho que te desprendeu
Deixei sua alma escapar do corpo
Não te segurei aqui conosco

Companheira, que mal que eu fiz
Em não ter dito que te amava
E como sou egoísta
Em perturbar sua paz, em te lembrar
Que um dia foi viva e infeliz

As dores do corpo não te atingem mais
E com os filhos há tanto perdidos está,
Não entendia quando chorava por eles
Era novo demais para compreender
Hoje sei toda a falta que você nos faz.

Um Abismo Atrai O OutroOnde histórias criam vida. Descubra agora