XXIII - Os erros que eu não cometi

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Os erros que eu não cometi
Serão sempre mais vistosos
Que aqueles que de amargo sabor
Eu infelizmente provei

Esperado que fossem, afinal,
Aquilo que não conheço,
Aos meus olhos falhos
Será belo até que seu mistério,

Completamente desvendado,
Inunde de tristeza
As minhas rasas expectativas
E afogue meu profundo ser

Sou como um cachorro tolo
Correndo atrás do próprio rabo
Circulando em minha própria sujeira
Tentando superar o insuperável

Como um passarinho triste
Encarcerado numa gaiola chorando
Sabendo que há coisas
Que foram feitas para nós

Mas que, como todo o resto,
Será surrupiado de nossas posses
Superei muita coisa em minha vida
Para descobrir que continuo preso

Superado o medo de continuar,
Tentarei aos poucos me livrar dessa jaula
Gritar, talvez chorar até que alguém ouça
E se compaixone pela minha dor

Talvez ela me ensine uma coisa ou duas
De como superar um passado tenebroso
Ou um medo imbecil do futuro
Quem sabe assim, eu me supere.

Um Abismo Atrai O OutroOnde histórias criam vida. Descubra agora