Ó Povo marginalizado, sofrido
Uma história feita sobre
Abandono em um tempo ido
Alma rica, apesar de corpo pobreO esteriótipo de vagabundo
Aos nômades ciganos
Não se coloca debaixo dos panos,
No mundo eles estão no fundo.Hoje eu vi uma criança cigana,
Comoveu a todos, outros apenas
A denunciaram como sacana,
Mas a mim ela não enganaSei que ainda é só uma criança
Provavelmente sem esperança
Esperança de quê, afinal?
Não sei, talvez de um bom finalMuito melhor do que caminhar
Pedindo por esmolas pro ar
Sendo atendida por pena
Até que vire adulta e em cena
Passe de criança coitada
Para mulher adulta imunda
Ladra, chantagista, safada...
No meio da lama... afunda...
Sinto por essa garotinha
Em um dia tão emocional...
Dia das crianças, tinha
Que avisar o manancialDe futuros e oportunidades
Que em todas as idades
Ainda falta uma entrada, uma vida
...pra quem não tem nem saída.
Aos gitanos, aos capitães da areia e a todo povo marginal, nada posso fazer para calar essa dor, meus versos são tudo (até o momento) que eu posso doar.
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Um Abismo Atrai O Outro
Poetry[Obra vencedora do Wattys 2017 na categoria "Grandes Descobertas"] Conjunto de poemas encontrados bem no fundo do abismo de mim mesmo. #5 em Poesia - 05/12/17