Estranha...

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Ok... Só vou tirar o gesso, não é nada de mais... Não vai doer... Né?

"Não, Marco. Não vai doer.", escuto uma voz feminino e familiar.

"Ah?! Eu disse isso em voz alta?", peeguntei olhando para Jackie - que chegou eu sei lá quando - e segurando no meu gesso.

"Disse.", ela respondeu entediada e séria.

Eu estava agoniado, como é que se tira o gesso? Eles pegam uma serra-elétrica e cortam ele? Ou será que eles põem fogo até sair tudo? Acho que de um jeito ou de outro eu corro risco de morte...

"MARCO!", eu pulei de susto com a minha namorada gritando em meu ouvido.

"Oi! Oi! Eu to aqui!", eu disse tampando minha orelha direita, que era a que ela havia quase estourado.

"Mesmo? Porque não parece.", ela disse zangada com minha distração comum, que ela devia estar achando que era paranoia, mas não era.

Antes de continuar a provavelmente reclamar, ela massageou as têmporas, buscando paciência. Busquei o porquê dela já estar parecendo estressada sendo que eu não sou insuportável para tirar a paciência de qualquer um nos primeiros dois minutos!

"Me diz que você escutou o que eu te perguntei.", ela pediu.

"Eu escutei o que você me perguntou.", afirmei pondo a mão no bolso e dando um sorriso convencido.

Ela me olhou questionadora e ficou assim por alguns minutos até que finalmente se pronunciou.

"Só está me dizendo isso porque eu mandei você dizer, né?", ela perguntou séria.

"Não...", eu menti e ela continuou me emcarando por uns minutos.

"Ótimo!", ela respondeu feliz e fiquei feliz por tê-la convencido. "Então não vai ter problema nenhum para me responder.", ela completou orgulhosa, eu sabia agora que não tinha à convencido.

"É... É que eu me distrai na conversa e esqueci a pergunta, pode refaze-lá?", eu dei a primeira desculpa que veio a minha mente.

"Claro... Só me permita fazer algo antes.", ela respondeu alegre e eu fiquei feliz por ser um mentiroso de primeira... Até que ela socou o meu braço não engessado.

"Ai! Por que fez isso?!", eu perguntei querendo massagear meu braço, mas como eu estava com o outro engessado, não pude.

"Isso foi por você não prestar atenção nas coisas importantes que eu digo! Sério, você só presta atenção no que não é necessário?! Ou melhor, só no que você quer?!", ela estava brava, me pergunto o que tinha tal importância para deixa-la assim.

"Desculpa, tá?! Eu só estou meio nervoso.", eu respondi com vergonha.

"Eu não entendo como você não tem medo dos professores ou dos alunos mais valentões, mas tem medo de TIRAR o gesso! Sério?!", ela me repreendeu, me envergonhou, mas ela estava certa... O que não queria dizer que eu ia deixar de ter medo e passar a ficar mais tranquilo.

"Ok, ok, mas... Cada louco com suas manias.", eu disse em meio a uma risada irónica, apontando para o skate que ela tinha debaixo do braço.

The Princess and The Bad boyOnde histórias criam vida. Descubra agora