Culpada

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Acordo de manhã e me levanto, rápida e disposta, pronta para saber de tudo o que aconteceu entre minha mãe e Toffee.

Nem faço questão de trocar de roupa, aparentemente, alguém havia feito isso enquanto eu estava inconsciente.

Apenas me levanto e vou ao banheiro escovar os dentes o mais rápido possível, quanto menos eu enrolar, melhor será.

Assim que termino minha higiene bucal, corro até o quarto em que estava repousando e pego a tesoura dimensional, que tecnicamente é desnecessária agora porque só vou ver minha mãe, que está neste mesmo castelo, mas ele é grande de mais para que eu possa simplesmente andar pelos extensos corredores chamando minha mãe, essa pode ser uma das estratégias de fuga dela: prender-me no labirinto.

Com a tesoura em mãos, 'corto o ar' abrindo um portal que eu esperava me levar direto até ela, mas quando estou prestes a atravessa-lo tenho meu ato interrompido.

"Não precisa disso para encontrar o que está bem na sua frente.", ela disse em deboche e eu fitei-a séria, fechando o portal em seguida.

Abri a boca pronta para retrucar, mas ela foi mais rápida e me impediu.

"Pode sair da zona defensiva, já disse que te contarei tudo, quando foi que perdeu a confiança em mim?", ela perguntou.

Eu arqueei uma sobrancelha com intuito de trasmiti-la a frase "quer mesmo que eu responda", e ela pigarreou lembrando do porque eu ter perdido a confiança nela.

"Bom, vamos ver seu amigo.", ela disse e saiu andando na direção oposta que fui noite passada; eu a segui.

Durante todo o percurso, o silêncio permaneceu, provavelmente isso a deixou desconfortável por saber que sua relação de confiaça com sua filha estava em jogo, e também nervosa por saber que a cada segundo que se passava, aproximava-a do momento de me contar toda a verdade.

Finalmente chegamos á uma porta branca igual a minha, deduzi que Marco estivesse lá, e ainda inexpressiva, posicionei minha mão na maçaneta, pronta para abrir a porta e encarar o quão mal ele estava, mas meu ato é impedido por uma mão posta sobre a minha, encaro-a com raiva.

"Só quero esclarecer uma coisa: independente de seu estado você não vai usar magia para cura-lo.", ela afirmou inexpressiva, ignorando toralmente meu olhar.

Após esse aviso ela retirou a mão de cima da minha e eu pude finalmente girar a maçaneta.

Quem dera eu não tivesse feito isso...

A imagem de Marco todo ferido era horrível! Ele tinha muitos ferimentos, uma grande quantidade de soro estava sendo injetada lentamente e ele estava usando uma máscara de oxigênio para conseguir respirar.

Lágrimas me vieram aos olhos, mas me mantive forte.

Tive que me conter para não correr até ele e dá-lo um abraço apertado enquantt chorava com esperança que minhas lágrimas tivessem poder curativo.

Dei um passo á frente com as pernas tremulas, mas antes que eu desse outro, senti uma mão em meus ombros.

Direcionei meu olhar á ela que me olhava rígida. Eu sabia o porquê daquele olhar, era um aviso mútuo para que eu não o curasse com mágica.

Tirei sua mão de meu ombro e cacaminhei até Marco, fitando-o esperançosa de vê-lo abrir os olhos e sorrir.

Mas ele não o fez...

"Ele... Ficará bem, certo?", perguntei hesitante e minha mãe assentiu ainda rígida.

Voltei meu olhar ao latino, ele... Demoraria muito á acordar? Será que acordaria com alguma sequela? E se acordasse... Eu conseguiria cura-lo?

The Princess and The Bad boyOnde histórias criam vida. Descubra agora