Capítulo XIII - Quem São Eles?

11 2 0
                                    

Foi tudo bastante rápido, um cara bateu na cabeça de Tom com uma garrafa de vidro e ele por sua vez caiu inerte no chão, fiquei sem reação no momento, vi quando Scott chegou dando um soco na cara do homem que deu a garrafada. O homem não caiu fácil e então partiu para cima do Scott, me ajoelhei ao lado de Tom, levei minha mão ao pulso dele, tia Sabrina tinha me ensinado a sentir a pulsação, mas eu não estava sentindo nada, encostei o ouvido no peito dele, senti o calor do corpo dele e logo em seguida senti o sobe e desce dos pulmões, fiquei aliviada, mas ainda não tinha acabado. Scott ainda estava brigando com o rapaz. As outras pessoas apenas observavam e agitavam a briga, varri o local com os olhos a procura de Emma. Encontrei-a em um canto perto de um Jukebox. Voltei a olhar para o homem que tinha atingido Tom, não pensei duas vezes e alterei sua realidade, como se ele estivesse em um quarto escuro, então ele começou a dar socos pelo ar, à cena seria engraçada em outro momento. Scott segurou os braços do homem e depois deu um chute em seu abdômen, o homem caiu para trás, desmaiado. O pessoal que estava no bar continuou com suas conversas, como se nada tivesse acontecido, Tom ainda estava desmaiado.

— Ai. — disse ele fazendo uma careta. Ajudei-o a ficar de pé, começamos a caminhar para fora. Não demorou muito para Emma nos encontrar.

— O que aconteceu lá? — Perguntou ela.

— O cara meio que queria me obrigar a jogar sinuca, Tom viu quando ele apertou meu braço e então... Você viu o restante.

— Precisamos sair daqui, isso provavelmente vai chamar a atenção isso é tudo que não queremos.

— E para onde vamos? Não temos mais para onde ir! Estava gritando, não tinha percebido.

— Eu deveria ter feito o feitiço, mas ainda posso fazer.

— Se você fizer esse feitiço quando acharmos seu amigo ele vai ter que vim com a gente, por que a CA vai cercar esse lugar. Scott falou.

— Ele vai me ajudar. Falou Emma parecendo convencida demais, me lembrou a Mel.

— Você tem certeza? — Tom falou ainda perecendo tonto. Emma apenas balançou a cabeça positivamente.

Procuramos algum lugar sem movimento, a última coisa que iríamos querer era que as pessoas daquele lugar vissem Emma fazendo um feitiço no meio da rua, havia um beco, fomos para lá, Scott ficou a frente do beco, caso alguém passasse. Emma tirou um anel de dentro da bolsa, uma vela e um mapa, acendeu a vela e deixou o anel na palma da mão.

— Adiuva me perditum invenire Adiuva me perdita Find ad auxilium me invenire. — Emma citou as palavras com a voz firme, mais firme do que quando realizava outro feitiço. Ela voltou a repetir. A chama da vela começou a ficar tremula, a luz da vela começou a mudar de cor, foi de laranja avermelhada para azul, de azul para verde e de verde para roxo, mas acabou voltando para a cor laranja avermelhado habitual.

—Já sei onde ele está, disse Emma apontando para um lugar no mapa. — Não está aqui, mas está próximo, podemos ir andando.

No caminho vários aviões cortavam o céu em cima das nossas cabeças, estávamos indo em direção ao aeroporto pelo visto. Emma não deu muitos detalhes de onde exatamente ele estava apenas falou que sabia onde ele estava. Eu confiava nela, mas Tom e Scott pareciam não confiar, em todos os minutos ficavam olhando para trás e para os lados. O aeroporto já era visível ao longe, estávamos agora passando por um tipo de comunidade, eu estava pronta para perguntar a Emma se era comunidade de bruxos, mas ela parecia ter lido meus pensamentos.

— Essas pessoas são mochileiros, aquelas pessoas independentes que viajem o mundo todo, eles se juntavam aqui, todo dia chegam e saem mochileiros, então talvez para eles sejamos apenas mais um grupo. Disse Emma.

— Seu amigo é mochileiro? Perguntei.

— Às vezes sim.

Emma ficou de frente a uma casa, não bateu na porta, apenas entrou não havia muitos móveis ali dentro, apenas um colchão e uma TV desligada.

—Você estava demorando! — Falou ele. Era um garoto de pele negra, ele era alto e tinha o cabelo preto raspado, também tinha algumas tatuagens no braço, ele não era forte como Scott e nem magro como Josh, mas também não era gordo, tinha um corpo comum, ele tinha os olhos castanhos e misteriosos. Ele estava com um agasalho de touca preta e uma calça jeans, não parecia com um mago.

— A viajem foi um pouco difícil, senti sua falta. Disse Emma abraçando o garoto que recebeu o abraço muito bem. —Eu preciso da sua ajuda.

—Ah não, pela sua cara vejo que é encrenca. Um barulho de avião cortou o ar mais uma vez.

— Quem são eles? — Ele perguntou.

— São meus amigos, eles estão me ajudando.

— Te ajudando em que Emma? — Ele tinha uma voz rouca, o que deixava tudo ainda mais assustador.

— Escuta, é bastante sério, essa é minha chance de libertar meu povo.

— Falando nisso, como você saiu de lá? Perguntou ele, que não parava de nos encarar.

Depois eu te conto tudo, mas eu preciso da tua ajuda, preciso muito, não tenho a mais quem recorrer. O amigo de Emma olhou para nós, depois para ela.

—Uma rápida explicação? — Perguntou.

— Minha mãe iria ajudar essa agente da CA a ressuscitar uma amiga morta e ela iria ajudar minha mãe a destruir CA, mas varias coisas aconteceram e agora, e fugiram do controle e agora somos fugitivos.

Os olhos do amigo de Emma foram até nós, eles estavam totalmente negros, foi um momento tenso, mas rapidamente voltaram ao normal. Um barulho de pisadas rápidas veio do lado de fora, muito barulho e correria.

— A CA nos achou. Disse Tom.

— Subam todos. — Disse o amigo de Emma. — Vou despistá-los.

Não perdemos tempo e subimos, ficamos no quarto, ouvimos quando a porta da frente foi arrombada, conseguia ouvir vozes, mas não consegui distinguir nem uma conversa. Até que uma voz conhecida veio ao meu ouvido, não tinha dúvida, era ele, eu sabia que era. Abri a porta do quarto, ouvi quando Tom me chamou, mas eu já estava no corredor, do topo da escada eu o vi, estava com o cabelo bagunçado e ofegante. Era ele mesmo! 

Saga: Os Selecionados - Caçada Mortal - Livro #2 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora