Saga: Os Selecionados - Caçada Mortal - Livro #2 (EM REVISÃO)

Capítulo XXVIII - Surpresa

Acordei assustada depois de um sonhoruim, dei algumas piscadas para minha visão se adaptar a escuridãodo quarto, olhei para o lado para encontrar o rosto de Tom meencarando, a luz da lua entrava pela grande janela e caia na cama nos banhando com aquela linda iluminação que só a lua era capazde produzir. Mas agora eu não achava a luz linda, as feridas de Tomficavam mais feias na luz, estava com o rosto roxo, havia um corte em suasobrancelha, e havia tantos outros hematomas por baixo da roupa dele.

Não sabia o que iríamos fazer agora,tínhamos inimigos em cada esquina, pessoas querendo nos prender e nos matar e agora pessoas querendo nos torturar. Oque minha vida tinha se tornado? Sinceramente eu não sabia, eu sabiaapenas que nunca mais a normalidade iria estar presente na minhavida. Eu sinto falta, sinto tanta falta de como tudo era antes.

— Eu daria o restante da minha vidapara descobrir o que você está pensando — Tom falou com a vozrouca do sono e dos gritos quando foi torturado.

— Não estou pensando nada demais —menti. — Estou tentando pensar em um plano, pensar também em quemnos entregou.

—Lilly, só uma pessoa pode ter nosentregado.

Sentei-me na cama, não tinha imaginadoninguém.

—Wess. Apenas ele sabia ondeestávamos, e todos aqueles bruxos usavam magia negra, só pode tersido ele.

Meu Deus! Tudo se encaixava agora,realmente, tudo indicava que era Wess, ele tava agindo estranho,desde quando não reencontramos, ela parecia distante.

— Você está certo, ele nos levoupara aquele lugar, foi uma armadilha. Estávamos tão cansando quenem questionamos nada — falei ficando de pé.

Tom ficou de pé e se aproximou de mim.— Vamos ir atrás dele, os outros correm perigo confiando nele.

— Como vamos encontrá-los? —Perguntei.

— Vamos formular um plano, masprimeiro precisamos comer, não sei você, mas sinto que se eu passarmais algumas horas sem comer, eu vou passar mal e não dá para ficartotalmente poderoso sem alimentação— falou Tom rindo um pouco econcordei e também sorri.

— Vou ver se tem algo na cozinha.

Tom sorriu e eu me afastei demoreialguns segundos para achar a cozinha, a cobertura era realmentegrande, abri o armário peguei algumas coisas para fazer um sanduichede salame que era minha especialidade. Coloquei tudo em cima dobalcão ao lado do fogão e comecei a montar. Tom saiu da cama e sesentou em um dos bancos do balcão, eu não entendia como ele aindaconseguia sentar-se depois de tudo.

— Sabe, é até estranho quando temosum tempo, assim... Tão calmo, apenas relaxando — ele falou seaproximando por trás de mim. Colocou suas mãos sobre meus braçoseu nem o vi levantar do banco, o toque dele como sempre, erarelaxante e o mesmo tempo eletrizante.

— Sim, é um pouco estranho, aindamais por que estamos sempre fugindo de alguma coisa.

— Eu sinto muito por tudo o que vocêperdeu. — Ele falou baixinho perto do meu ouvido.

— Minhas preocupações agora sãooutras, como trazer minha melhor amiga dos mortos, como fazer umacordo de paz entre bruxos e agentes da CA, fugir de magos e suamagia negra. Tudo mudou tão radicalmente, às vezes acho que nãoestou conseguindo acompanhar esse tanto de acontecimentos.

— Lilly, eu sei que o momento não ébom, mas vamos conseguir passar por tudo isso, juntos, eu vou estaraqui com você sempre — a voz de Tom me deixava mais calma que oseu toque, vir-me-ei de frente para ele, meus olhos encontraram osseus aproximei meus lábios do dele, sua respiração se misturavacom a minha. O beijo que veio a seguir foi doce, Tom na maioria dasvezes me beijava como se tivesse medo de me perder, mas agora o beijodele era doce, como se soubesse que eu não iria a lugar nenhum e eleestava certo, eu não iria.