Dizem que vocêsente quando o fim está perto, eu por outro lado não acreditavamuito nisso. Até agora. O silêncio em nossa cela era ensurdecedor,nenhum de nós falava nada. O medo era completamente visível emnossos olhos. Não sabíamos exatamente a hora que a ordem doconselho seria aplicada a nós, ninguém nos falava nada. Confessoque a cada barulho de passos no corredor me assustava absurdamente.
Apesar de terpassado por tantas coisas nesses últimos meses e sobreviver, meconsidero fraca por perder tudo assim em um piscar de olhos. Eu tinhaacabado de descobrir a tão sonhada verdade sobre mim, sobre minhasorigens.
Dois segurançasme tiraram dos meus pensamentos me agarrando e me arrastando peloscorredores da CA.
— Me soltem —gritei, mas de nada adiantou.
Um deles meencarou profundamente, desmaiei alguns segundos depois. Assim queacordei notei que estava sentada em um sofá numa sala onde tinha umamesa enorme e uma cadeira, algo me dizia que eu não tinha saído daCA, passei a mão em meu rosto, minha cabeça doía muito. Para aminha surpresa minhas mãos estavam livres de algemas, o que tinhaacontecido? Olhei para o lado e Mel estava deitada, pareciadesmaiada.
— Mel —Chamei.
— Ela já vaiacordar — respondeu meu pai que estava sentado atrás da mesa.
— O que estamosfazendo aqui? — perguntei ainda meio tonta.
— Estão livres— falou satisfeito.
Olhei para eleerguendo as sobrancelhas, eu estava confusa.
— Sua mãeabriu mão da presidência em troca da sua execução. Conseguimos telivrar, minha filha.
Um nó se formouem minha garganta, minha cabeça ainda girava e a vontade de chorarera maior que tudo não dava para acreditar que ela tinha feito issopor mim. Não depois de tudo.
— Cadê o Tom?— pergunto.
— Bem, isso umagrande coisa para se discutir — falou ele engolindo a saliva,parecia nervoso.
— Como assim?
— Nãoconseguimos a liberdade dele.
— Como não?
— Nóstentamos, Marisa fez de tudo, ofereceu tudo, mas não foi possível —ele falou levantando-se da cadeira e vindo em minha direção.
— Não podemmatá-lo — gritei!
— Eu sintomuito, querida.
Dei um passo paratrás impedindo que ele me abraçasse.
— Quero falarcom o conselho.
— O que? —perguntou assustado.
— Isso mesmo,que você ouviu, eu quero falar com o conselho!
Eu já nãoconseguia me controlar de tanta raiva, minha cabeça estavaexplodindo, um vento que eu não sei de onde saiu batia em meu rosto.Eu estava flutuando naquela sala, meu cabelo batia em meu rosto.Sentia-me poderosa, foram poucas as vezes que me senti tão poderosaassim, era difícil me manter consciente, mas lutei contra mim mesmae meu subconsciente. Eu mataria um por um dos membros do conselho sepossível para salvar o Tom. Eu arrastei ele para tudo isso, ele nãomerece morrer, se alguém merecesse isso seria eu.
Ergui minhas mãose as fechei em um movimento rápido fazendo com que os vidros de todaa sala se quebrassem e o alarme fosse soado. Concentrei-me no meupoder e me movi conforme voada.
— Eu querofalar com os membros do conselho agora, ou vou destruir esse lugar —falei.
Eu não estava mereconhecendo, mas sabia que iria até as últimas consequências parasalvar Tom, ele fez tanto por mim, não iria abrir mão dele assimtão fácil.
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Saga: Os Selecionados - Caçada Mortal - Livro #2 (EM REVISÃO)
FantasyLIVRO REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL, LEMBRE-SE, PLÁGIO É CRIME! Ser uma garota órfã já era difícil para Lilly, depois de descobrir que tinha dons especiais assim como os seus melhores amigos tornou tudo ainda mais difícil. A vida é uma incógnita...