— Nóssomos? — Ele não para de olhar para mim.
— Sim...Somos. — Falei rapidamente colocando o copo de suco na boca.
— O que trouxe os aqui? — Perguntou Júlia, ela parecia apenascuriosa.
—Tranquilidade,queríamos passar um tempo só nosso e essa pousada é lugar ideal.
— Muitoobrigada! Fico lisonjeada ao ouvir isso. — Ruth falou sorrindodocemente para mim, devolvi o sorriso.
Continuamoso jantar tranquilamente, conversamos sobre outras coisas. Como novaYork estava perigosa ultimamente com a criminalidade aumentando.Falamos sobre os planos para Natal que faltava apenas um mês, tinhaesquecido completamente do tempo e ele não parava.
—Ummês?! — Perguntei quase engasgando outra vez.
— Oh,sim querida, estamos em novembro, 15 de novembro para ser mais exata.— Dona Ruth falou.
Olheipara Tom, será que ele estava pensando o mesmo que eu? Tínhamospassado quase dois meses fora, não exatamente fora, estávamos nopassado, durante alguns dias apenas, não dois meses. Fiquei de pé.
— Medeem licença — falei levantando-me da mesa, ouvi a cadeiraarrastar atrás de mim, Tom tinha ficado de pé também. Fui para avaranda e ele foi atrás.
—Tantacoisa pode ter acontecido... — Ele começou a falar.
— Nãosabemos de nada, talvez achem que estamos mortos. Dois meses fora? Oque meu pai deve ter pensado? Será que ele me procurou? Eu queriatanto ver meu pai. Falei.
— Comcerteza vamos saber de algo quando encontrarmos os outros.
— Faltaum mês para o natal, algo me diz que meu Natal não vai ser nadaparecido como os outros.
Sentia saudade do passado, tantos planos...
— Melfalou durante o ano todo sobre como seria o baile de Inverno da nossaescola, ela planejava ser rainha do baile, pela segunda vezconsecutiva...
—Tenhocerteza que ela ganharia. Tom falou se aproximando de mim e colocandosua mão sobre meus ombros.
— Euplanejava apenas passar meu Natal com a minha tia Sabrina, nãoexatamente com ela, nós duas íamos ver as crianças órfãs,levávamos presentes. Quase um ritual.
Silêncio,Tom uma vez e outra apertava um pouco meu ombro.
— Eue meus pais íamos para o Interior, visitar vovó, ela vive lá comalguns primos e tios, alguns que não foram selecionados... Eramuito bom, fazíamos uma linda ceia, e depois contávamos algumahistória engraçada sobre alguém da família. — Ele não paravade sorrir enquanto falava da família.
— Seuspais, eles... — Tom não esperou eu terminar de falar.
— Elessão agentes, trabalham na central da CA em Madrid, não é sempreque os vejo, sinto falta deles.
Deiteiminha cabeça no peito de Tom, ficamos olhando para o horizonte.
— Oque vamos fazer agora? — Perguntei depois de algum tempo.
— Precisamosarrumar um jeito de pagar a dona Ruth, e em seguida vamos atrás dosoutros, acho que sei onde encontrá-los.
Olheipara Tom. — Sabe?
—Tenhoquase certeza que sim, mas te conto depois. Concordei com a cabeça.
Umvento frio soprou forte, esfreguei meus braços que ficaramarrepiados, eu não sentia nada de estranho ali, talvez fosse só umaventania normal, ultimamente eu insistia em achar que nada eranormal, estava ficando paranoica.
—Olha. —Tom sussurrou. — Olheipara cima. Ele estava apontando para o céu, mostrando a explicaçãoda ventania gelada. Neve.
— Estáchegando mais cedo esse ano. Disse ele.
— Sime estamos sem nem uma roupa para o inverno aqui, vamos morrer defrio.
— Vamosdar um jeito, já conseguimos dar um jeito em coisas piores, não émesmo?
— Ah,com certeza, se você está falando sobre dar um jeito de fugir daCA, fugir de bruxos, de magos, fugir do passado e fugir de um covilde tortura, então com certeza dar um jeito no inverno vai ser fácil.— Sorri junto com Tom.
— Amor,esta nevando! Ouvi Júlia gritar atrás de nós.
— Queótimo! O inverno é sempre bem vindo! — Victor falou para ela.Aproximaram-se de nós, eles pareciam muito felizes juntos.Lembrei-me do sonho que tive certa vez, eu e Tom morávamos juntos, etínhamos filhos, que estavam na escola, foi um sonho confuso.
— Vocêgosta? — Júlia perguntou-me.
—Ah,o que? — Perguntei sem entender.
— Euperguntei se você gosta do Inverno.
—Ah,sim, eu gosto, mas só não queria que tivesse vindo tão cedo esseano...
— Realmenteveio muito cedo — concordou comigo.
Ruth,seu marido e sua filha se juntaram a nós na varanda, ficamos aliadmirando a neve cair juntos.
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Saga: Os Selecionados - Caçada Mortal - Livro #2 (EM REVISÃO)
FantasiLIVRO REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL, LEMBRE-SE, PLÁGIO É CRIME! Ser uma garota órfã já era difícil para Lilly, depois de descobrir que tinha dons especiais assim como os seus melhores amigos tornou tudo ainda mais difícil. A vida é uma incógnita...