Capítulo V - Desaparecida

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Tinha algo errado. Procurei no quarto, nos corredores, perguntei por ela á todos os seguranças, eu fui até o seu quarto e nada. Onde estava ela? Não tinha visto a Lilly já fazia horas. Fui até a sala de filmagens. Simon o rapaz que cuida das imagens das câmeras nesse turno me deve uma. Ele era assistente e saiu em missão comigo uma vez, fiz um relatório o elogiando e ele acabou sendo promovido para a função que exerce hoje. Preciso encontra-lo, ele é o único que pode me ajudar. Fui pelo elevador de serviço o mais rápido possível, eu estava no 4° andar e a sala de filmagem era no 10°, o último. Espero que ele não fique parando de andar em andar. Algumas salas haviam mudado de lugar depois do ataque sofrido pela CA. Olhava o relógio o tempo inteiro aflito, ainda eram 10h00 da manhã. Assim que desci do elevador dei de cara com a porta da sala, ela era branca e tinha o nome "Extremamente Confidencial" escrito de preto na porta, mas isso não me assolava, exceto a porta não ter trinco e ser acionada com a digital das mãos, eu nem ousei colocar a minha mão ali eu já sabia que não teria acesso. Então fiz a coisa mais lógica a se fazer naquele momento, bati na porta. Isso era um pouco antiquado, mas sempre funcionava. Logo após a primeira batida Simon abriu a porta.

— Quem nessa central costuma bater na porta? — Simon perguntou enquanto abria.

— Eu preciso de ajuda, Simon. — Falei apressado.

— E quando você não precisa Scott? Diz ai, no que posso te ajudar?

— Preciso que você encontre uma das novatas nas câmeras para mim, o nome dela é Lilly.

—Está se envolvendo com as novatas? — Ele disse sorrindo.

— Ela é a minha missão.

— Certo, entra aí. Ele deu um risinho idiota. A sala era cheia de monitores, pra onde você olhava tinha um monitor e no meio tinha um teclado e mouse, acho que era onde tudo era controlado. Ele puxou uma cadeira e se sentou perto do mouse, eu fiz o mesmo. Ele digitava algumas coisas tão rápido que eu quase não conseguia acompanhar. Ele colocou um headset.

— Pesquisa, por Simon Drake. E logo após tirou o headset.

— O que foi isso? — Perguntei.

— Tudo aqui é monitorado para maior segurança, até mesmo essa sala. A monitoria central verá que estou fazendo pesquisas e se não forem avisados, pode se tornar algo suspeito.

— CA sempre um passo a frente. Limitei-me a responder. Ele apenas sorriu e continuou a digitar e olhar em todos os monitores.

— Veja se a encontra. Ele passava varias imagens a minha frente e eu não via Lilly, até que a vi junto ao garoto elétrico passando pelo corredor norte.

— Ali — Apontei. — Aproxima.

E assim ele fez, apenas os dois andando, eu não gostava nada de quando Lilly estava perto desse cara.

— Vai pra próxima imagem, quero ver o rastro deles. Ele começou a clicar e digitar um monte de coisa.

— Não tem. — Ele falou com a cara assustada.

— Como assim não tem? — Levantei-me da cadeira que eu havia sentado.

— A câmeras falharam, eu não sei como.

— Mas eu sei. — Falei ficando ereto. — Vão me matar. — Ele falou apavorado.

— Não vão, não mostre essas imagens para ninguém. Eu vou atrás deles.

— Scott, eu não posso camuflar isso.

— Dê um jeito, para salvar o seu cargo, eu sei para onde eles foram e se descobrirem, vai começar uma caçada. Apenas não diga nada, mas se alguém vier atrás disso, você finge surpresa igual fez comigo. Eu vou tentar voltar antes disso.

— Tudo bem. Não posso obstruir nada de nenhum superior, ou eles podem me prender e até me matar. Ele falava assustado.

— Eu sei, Simon. Deixa comigo. —  Falei saindo de lá e indo direto para o elevador.

Cheguei à minha sala e peguei o necessário para uma viagem, não avisei ninguém da minha saída eu esperava voltar logo e se entrassem em contato comigo eu explicaria o motivo da minha saída e como Lilly ainda era a minha missão, a presidente entenderia. Pelo menos era com isso que eu estava contando. Fui para o aeroporto e peguei o primeiro voo econômico para Amsterdã. Passei a viagem toda preocupado, não acredito que ela foi tão burra a ponto de achar que poderia fugir da CA, a companhia é extremamente perigosa com fugitivos, eles tem medo de ser descobertos, isso quer dizer que assim que sentirem falta desses dois começaria uma caçada atrás deles e não importa como será. Vivos ou mortos. Eu não sei por que eu me preocupava tanto com ela, não tinha nada a ver com a minha missão ou nada disso, eu estava preocupado com a segurança dela e por incrível que pareça eu estava com medo, medo de nunca mais tê-la nos meus braços. Eu tinha que protegê-la.

Assim que o avião pousou, sai daquele aeroporto sem rumo, não sabia o que fazer para encontra-la. Mas eu ainda tinha meu instinto de agente e meu instinto me levou até a central da CA holandesa, que por sorte estava localizada em Amsterdã. Eu me identifiquei como agente e relatei estar participando de uma missão, o que não era mentira e assim me ajudaram a localizar a Lilly pelas câmeras de rua, mesmo sendo de nível três eu sou um agente de nível um o que me trás certas regalias. Como por exemplo, não precisar que um supervisor da minha central confirme minha missão. Agradeci muito mentalmente a presidente por essa promoção, me ajudou demais.

Ela foi localizada há dez minutos, próxima ao museu van gogh. Fui para lá o mais rápido possível, fui de taxi mesmo já que era o meio de transporte mais rápido que eu achei. O motorista era rápido apesar de falar demais. Eu tinha que chegar a tempo de encontra-la, mas o que mais me preocupava era que se eu a encontrarei em menos de 24 horas, imagina uma equipe tática da CA, ela era um alvo fácil e eu preciso leva-la de volta em segurança para Nova York. Assim que cheguei, eu paguei a corrida e fiquei procurando por ela naquele local, mas pelo visto eu já estava atrasado. Ela não estava mais lá. A tristeza tomou conta de mim assim como a preocupação. O que tinha acontecido com ela?

Eu tinha voltado á estaca zero e estava meio sem tempo de pensar em um novo plano. Sentei-me em um banco naquela praça para pensar em alguma coisa, até que meu telefone tocou e era a última pessoa com quem eu gostaria de falar naquele momento. Se tudo já estava ruim antes assim que eu atendesse esse telefonema, tudo pioraria.  

Saga: Os Selecionados - Caçada Mortal - Livro #2 (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora