Ela parecia tão assustada, eu conseguia sentir o desespero em suas palavras. Não dava pra imaginar o quanto as bruxas dessa época sofriam por causa da CA. Eu achava que a companhia era feita para manter o equilíbrio entre o mundo normal e o sobrenatural, que eles ajudavam a manter tudo em ordem, mas a verdade era outra.
Tudo não passava de briga por poder e autoridade e não importava em quem eles deveriam pisar, matar ou destruir para isso. Isso me lembrou a minha historia, por causa dessa companhia e de alguma razão que eu ainda não sabia eu passei a minha vida inteira sem conhecer a minha família, e a única família que eu achava que tinha que era a minha tia Sabrina, que na verdade não era minha tia e nem minha família.
Privaram-me de conviver com o meu irmão, eu nem conseguiria imaginar o quanto seria incrível ter crescido e convivido com ele. Eu também queria ter sido criada pelo meu pai, minha mãe que eu nem sabia quem era. Meu Deus, a companhia tinha me tirado tudo. E o pior é que o meu pai quando adolescente participou disso, escolheu isso para ele. Agora eu consigo entender o ódio que Julliet e seu povo sentiam da CA, eles não mereciam uma trégua e nem nada do tipo, mereciam sim a destruição para parar de fazer as pessoas sofrerem enquanto eles brigam entre si por poder. Já estava decidido, quando eu voltasse para o presente, eu ajudaria as bruxas a destruir a CA. Chega de aterrorizar as pessoas.
— Nós não vamos machucar você, Jess. — falei.
— E o que vocês querem comigo? — perguntou ela.
— Voltar para casa. — Evelly respondeu. Jess olhou para ela parecendo confusa.
— É complicado de explicar assim nessa situação, mas você tem a minha palavra que nenhum de nós vai te fazer mal.
Ela apenas olhou para mim, dava para ver que ela ainda estava um pouco assustada e que ela não estava nada confortável em nos ajudar. — Estendi minha mão para ela, para ajuda-la a levantar do chão.
— Por que vocês querem ir para aquela praça? — ela pergunta parecendo bastante curiosa.
— Soubemos que lá existem pessoas que fazem rituais estranhos. — Scott se propôs a responder.
— Isso não acontece mais faz anos, a companhia mata qualquer um que tente usar magia, então ninguém se atreve a isso. Até charlatões morreram sem saber o porquê, apenas por que fingiam serem bruxos.
— Uau — Everly exclamou.
— Quem são vocês? — perguntou ela.
— Nós conhecemos uma bruxa de onde viemos, e algo deu errado em seu feitiço, por isso estamos aqui — falei tentando não revelar tudo de uma só vez.
— Que tipo de feitiço? — perguntou Jess mais uma vez.
Ela era curiosa demais.
— Eu explico no caminho, vamos para o carro.
Esse foi o jeito mais fácil de fugir do assunto pelo menos por enquanto, eu não sabia como explicar para uma bruxa do passado que eu estava tentando trazer de volta a minha amiga morta e muito menos que eu e os outros já fomos selecionados da CA e participamos do CTJ, talvez isso atrapalhasse meus planos de ter a ajuda dela.
Scott sentou no banco dianteiro ao lado de Jess, eu sentei do lado direito do banco traseiro, Nicholas no meio e Everly do outro lado, dava para notar a troca de olhares que os dois trocavam, com toda certeza alguma coisa estava rolando entre eles. Notei quando Nick sorriu para ela que apenas jogou o cabelo. Por incrível que pareça os dois até que combinava, eu não sei por que, mas formavam um casal até fofo.
Ficamos no carro por umas duas horas mais ou menos, até chegarmos a nosso destino final, não era nada do que eu esperava. Quer dizer eu não esperava ver nada brilhando ou coisa do tipo, mas esperava mais de um lugar considerado mágico para todo mundo.
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Saga: Os Selecionados - Caçada Mortal - Livro #2 (EM REVISÃO)
FantasyLIVRO REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL, LEMBRE-SE, PLÁGIO É CRIME! Ser uma garota órfã já era difícil para Lilly, depois de descobrir que tinha dons especiais assim como os seus melhores amigos tornou tudo ainda mais difícil. A vida é uma incógnita...