Eu já havia visto filmes onde o suspeito passava mal durante um interrogatório, e foi isso que eu achei que iria acontecer com o meu pai, ele estava muito nervoso. Não parava de gaguejar e suar mesmo com o clima úmido e gelado naquele túnel.
— Já se aproximava a ascensão de Adam — Brad começou a falar, preferi pensar nele como Brad. — O conselho estava fazendo vários tipos de testes com ele, de um tempo para cá ele começou a se recusar a fazer algumas coisas. O conselho não atura desobediência, ainda mais de um selecionado que está cotado para se tornar presidente, eles precisam estar com a presidente na palma da mão e Adam não aceitava isso.
Todos estavam atentos à história que Brad contava.
— O conselho então decretou que ele deveria... — ele pegou folêgo para continuar. — Que ele deveria ser eliminado — ele hesitou um pouco, mas continuou: — Naquele dia no ginásio, não fomos nós, sabe? Imaginei que fosse uma pergunta retórica, então não respondi.
— O conselho chegou a falar que iria elimina-lo, mas não sabíamos quando, e achávamos que poderiam voltar atrás e mudar de ideia, mas então naquela noite... Eles já tinham ordenado à execução dele, estávamos passando perto do ginásio.
Estávamos eu, Marisa, Jennifer, Anna e David, tínhamos acabado de vir do pátio quando ouvimos um grito lá do ginásio, corremos para ver o que era, quando chegamos Adam estava caído. Havia muito sangue no chão, naquele momento tivemos a certeza que a ameaça do conselho tinha se cumprido.
O conselho nos obrigou a ficarmos calados, disseram que o nosso futuro na CA dependia disso. E antes que perguntem, só sabemos disso por que somos a linhagem para o próximo grupo de conselheiros, sabíamos disso desde que fomos selecionados — ele parou de falar. Tentei digerir aquelas informações.
— Quem o conselho já visava para ser o próximo presidente? — perguntei cruzando meus braços para tentar parecer uma agente séria e não uma adolescente medrosa.
— A regra do processo é que a próxima seja alguém da linhagem de outra família fundadora da CA, a únicas famílias fundadoras eram a de Adam e de Marisa, e não existia outro selecionado ou agente na família de Adam a não ser seus pais que já eram membros do conselho. Por isso a próxima, seria, obviamente a Marisa.
— Os pais autorizaram a execução do próprio filho? — perguntei atônita.
— A função dos membros do conselho é escolher o que é melhor para a companhia, e isto está acima de suas famílias. — respondeu rapidamente.
Notei que os meninos não pareciam surpresos, eu já havia ouvido esse nome antes. Everly notou a pergunta no meu rosto e respondeu: — Marisa é a presidente no futuro? — Brad olhou para ela franzido as sobrancelhas.
—O que? Futuro? Como assim? — ele disse confuso
— Não de ouvidos a ela, ela é louca. — Nick falou, comecei a me afastar e arrastar Everly pelo braço.
— Ai! Me larga! — disse ela puxando o braço.
— Melhor você ficar aqui, você tem a boca muito grande, quase estragou tudo. — tento parecer o mais calma possível, quando na verdade quero mata-la.
— Eu não vou ficar aqui não, quero ouvir toda a história, cometi um erro, mas foi sem querer, não vou falar mais sobre o futuro...
— Não, Everly.
— Olha só Lilly, vocês que foram me tirar da minha casa. Eu estava curtindo minhas férias e vocês me tiraram de lá usando chantagem, me usaram em um ritual macabro, que acabou me trazendo ao passado. Devo relembrar que isso tudo foi contra minha vontade? — ela terminou de falar já voltando para onde estavam os meninos.
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Saga: Os Selecionados - Caçada Mortal - Livro #2 (EM REVISÃO)
FantasyLIVRO REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL, LEMBRE-SE, PLÁGIO É CRIME! Ser uma garota órfã já era difícil para Lilly, depois de descobrir que tinha dons especiais assim como os seus melhores amigos tornou tudo ainda mais difícil. A vida é uma incógnita...