Onde Devo Estar (Spin-Off) (Intersexual)

Um Dia Especial

Decidi adiantar alguns capítulos aqui! Espero que gostem!

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Deixei as janelas abertas para deixar entrar bastante ar fresco e luz. Fiz de tudo para que meus pequenos estivessem seguros, pois assim peguei edredons e fui fazendo uma pequena fortaleza pelas beiras da cama de casal. Decidi mimar os pequenos enquanto fico cuidando dos mesmo já que minha esposa disse que faria uma compra de emergência; espero que esteja em casa antes do anoitecer.

É um dia especial pra nós duas.

Amontoei alguns poucos travesseiros mais próximo à cabeceira.

— Você tem que ficar bem quietinha aqui... — murmurei com doçura.

Depositei a neném com as costas apoiadas nos travesseiros de modo que ficasse sentada me encarando (o que é difícil já que ela brincava babando a própria mão). Ela usava uma roupinha adorável lilás, estava crescendo muito rápido... Disse o médico que Carmen estava dois meses adiantada, em comparação aos outros bebês da mesma idade.

Ela nasceu para explorar o mundo, tem dois meses e parece que tem quatro. Observa e tenta ouvir tudo, adora movimento mas quando se entedia chora muito fácil. Quase sempre ela adormece em passeios de carro e/ou em corridas dadas por quem a segura.

Agora quietas dentro de casa ela pode começar a se chatear e sem Camila por perto ficaria ainda mais difícil. Sentei-me me inclinando em frente à ela.

— Cadê a mamãe, cadê?! — falei com voz infantil cobrindo meu rosto. — Aqui! — retirei as mãos a encarando.

Ouvi uma gargalhada gostosa.

— Cadê a neném da mamãe? — perguntei fingindo preocupação.

A menina tentou reproduzir a brincadeira pondo as mãozinhas fechadas sobre os olhos. Insisti em perguntar onde ela estava, com muita euforia ela abriu as mãos rindo muito.

— Achou! —exclamei encostando nossas testas.

Fiz carinho em seus cabelos aveludados. Ela tentou agarrar minha mão estranhando sua anatomia pela primeira vez, seus pequenos dedos todos conseguiam agarrar apenas dois dos meus. Com as unhas explorou a superfície reluzente que rodeava meu dedo.

— É a aliança da mamãe, meu amor. — disse toda derretida. — Hoje é aniversário de namoro das suas mamães e você tem que ser muito boazinha pros seus abuelos porque sua mamãe Camz e eu vamos sair pra namorar. — falei séria.

Seu olhar ficou fugitivo como se entendesse o que eu havia dito, um semblante mais pensativo.

— Mas não se preocupe, voltamos o mais rápido possível, prometo.

Ouvi um grito estridente.

Pulei da cama num primeiro impulso.

— Angel fica quietinha aí, por favor! — dei um último aviso à ela.

Corri para o quarto de onde vinha o choro ensurdecedor. O quarto de onde vinha o alvoroço era o do Miguel, ele estava deitado em cima de sua cama mexendo em seu celular com muita tranquilidade; enquanto que Matty estava chorando alto e batendo os pés com desespero óbvio.

Sem pensar duas vezes o peguei no colo dando tapinhas em suas costas. Ele chorava desconsolado com suas lágrimas escorrendo em meu ombro.

— Miguel, você bateu nele?! — disse com muita raiva.

— Eu não bati em ninguém. — afirmou com bastante seriedade.

O menino tentou falar dentre soluços.