Onde Devo Estar (Spin-Off) (Intersexual)

Especial - Cena Extra

Olá, pessoal!! Encontrei mais um mimo nos meus arquivos!

CONTEXTO: É uma cena extra perdida da Luna depois de casa falando com sua mãe, Camila, sobre uma descoberta após seu casamento.

É bem familiar e bastante doce. É só uma cena pra aquecer o coração mesmo. Eu não revisei e nem nada disso, não acrescentei nada. Apenas a deixei como a encontrei <3

Encontrei a parte II do Especial Lina, então, eventualmente posto aqui se mais alguém for ler!

Comente e seja gentil!

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O rapaz alto e alvo olhava confuso seu reflexo no adornado espelho, analisou de todos os lados a calça que vestia, sem saber se era capaz de dar verdadeiramente uma opinião. Não sozinho.

— Mamãe, você acha que ficou bom? — deu as costas à superfície prateada; Camila Cabello-Jauregui, elegante como uma esfinge de pernas cruzadas e queixo apoiado entre o indicador e o polegar, analisou em silêncio as vestimentas refinadas.

— Prefiro essa calça, seu bumbum fica lindo. Mas fica bem melhor com a outra blusa.

— disse brevemente; o rapaz checou novamente, deu de ombros.

"Mamãe!!"

Ouviu-se uma voz aguda gritar do outro lado do salão da loja. As cortinas do provador retraíram-se por um braço moreno causando um ruído estrídulo. Luna surgiu dali de olhos esbugalhados chamando atenção pelo cômico desespero. A latina mais velha apressou-se até a filha levantando o mais rápido possível afim de acalmar seus exasperados ânimos.

— O que houve?! — Camila entrou no provador fechando-o detrás de si.

Luna mostrou-a virando de costas a mostrar o vestido que, apesar de magnífico, tinha o zíper aberto até a metade.

— Ele não fecha! — contorceu-se tentando encolher o que lhe era possível; a mãe – cuja cara era quase a mesma que a sua, literalmente – antecipou-se para juntar ambos os lados incrédula por, de fato, ser impossível uni-los por nenhuma possibilidade.

— Como assim?! — rebateu em voz alta. — Tiramos as medidas há vinte dias! Tem comido algo diferente?

— Sim... Na verdade, muitas coisas... — corou enfitando o chão aos poucos.

Camila contraiu a sobrancelha dando um passo para trás.

— A formatura está te deixando ansiosa?

Luna respondeu adorável negando ligeiramente.

Por sua vez, em silêncio total, a matriarca cruzou os braços.

[...]

Estava longe de ser uma cena de comédia clássica, apesar da delicada pincelada de gracejo. As próprias mulheres, deitadas lado a lado pareciam imensamente entre si e sorriam contidas um tanto, cada uma segurava um palitinho roxeado mostrando o mesmo tom que não os permitia enganar.

Não havia mais ninguém na residência Cabello-Jauregui, apenas mãe e filha redescobrindo esse laço impossível de se saber o todo, requerendo a vida inteira e todas as outras gerações para fazê-lo. Deitaram-se na cama da suíte principal minutos antes, Camila quis confirmar uma suspeita e, de praxe, mães de verdade dificilmente estão erradas.

— O que fazemos agora, mamãe?

— O que você quiser, filha. — remexeu na cama para encará-la.

— Não estou encrencada, estou? — indagou desconfiada arrancando uma risadinha da mãe.

— Não. Claro que não. Você é uma mulher adulta, casada...

— E eu amo muito a minha esposa! — interrompeu animada.

— Exato. Sua família te ama, apoiamos vocês em tudo e — enfatizou. — dentro de uma semana é a sua formatura. Luna, você é a filha mais maravilhosa que alguém poderia ter... Eu... Nem sei expressar como eu amo você e o seu irmão e amei desde o primeiro segundo mesmo quando tudo foi tão difícil. — passou o braço pela silhueta da mais nova a espremendo num abraço materno. — Depois de ver tudo que o mundo poderia te mostrar ainda, sim, você tem o coração mais puro do mundo. Isso te faz um anjo, filha, um milagre e uma honra pra mim ser sua mãe. E esse outro netinho que você vai me dar é mais um presente e a Alina vai ficar muito feliz de ter uma família maior e mais feliz.

— Jura, mamãe?

— Juro! Só vai ser difícil você esconder isso dela, ela conhece você bem demais pra manter segredos assim. — rebateu com sarcasmo

— Eu consigo! — franziu o cenho com profunda irritação.

— Claro, querida... — conteve a vontade de rir apertando-a mais até que lhe implorasse por ar.