Pais e Filhos

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BOA SORTE!

Os presentes continuam!


— Você está bem, filha?

— Estou ótima! Só congelando um pouco. — a menina respondia enquanto andava. — Está fazendo muito barulho aí.

Estamos fazendo compras, eu e sua mãe 'Lo. Talvez amanhã a gente te ligue para você dar umas boas palavras de confiança para o Matty, ele está bastante ansioso... Ahh ele encontrou algo aqui.

"Essa, mama!! Essa! Tem a foto do tigue e tem peto e... E... Vermelhinho! Atí! Mama tigue, olha!!"

— Vai ser um dia muito especial pra ele... E é a primeira vez que sua mãe 'Lo vai presenciar isso também.

O menino exclamava do outro lado da linha.

— A Ferrugem está te respeitando, certo?!

Ouviu-se a outra mãe indagar com muito anseio.

— Sim, mãe 'Lo, bastante! Amanhã eu falo com ele, preciso ir agora! — guardou o celular dentro da bolsa

Luna tremulava um pouco. Os cabelos estavam ainda muito úmidos e as roupas que usava não a protegiam o suficiente, parecia nem sentir os efeitos da sensação álgida, trazendo no rosto seu sorriso de sempre. Difícil sair dessa maneira pelo campus e não morrer de hipotermia. Após sua atividade na piscina, apenas foi ao chuveiro e vestiu-se, sem delongas desnecessárias.

Não foi a única a voltar dessa maneira, contava com a companhia de uma pessoa (teoricamente duas), Cécile (e Damian). Ambas de braços entrelaçados, sua amiga grávida estava no mesmo estado... Cabelos úmidos, pele mais gélida, pelos ouriçados. Foram em direção ao Impala, que sempre as esperava no acostamento.

Escorada nele, a dona do automóvel que checava o relógio. A ruiva percebeu as duas moças se aproximarem iluminando-se.

— Mocinhas, desse jeito vão ficar resfriadas. — Alina falou brincalhona com uma pitada de seriedade. — Principalmente você, Cécile, que está grávida.

A outra moça apenas acariciou seu ventre. Enquanto isso Kovalenko recebeu a morena mais baixinha em seus braços.

— Sabemos nos cuidar. — riu fraco.

Seu ventre estava mais saltado do que nunca, o fato não passou despercebido pela ucraniana.

— Ele pode chegar a qualquer momento... — falou estremecendo internamente. — Nove meses! — sorriu mais tensa.

— Mal posso esperar! — Cécile suspirou ajustando a bolsa com a alça sobre seu ombro.

Luna agarrou com mais força, aconchegando-se à ruiva, que depositou um beijo no topo da cabeça da latina. Esfregou-a os braços gelados e arrepiados, na esperança de aquecê-los.

— A hidroginástica foi ótima. — murmurou manhosa. — Mas estou muito cansada. — bocejou. — Muito, muito. — sentiu seu corpo fraquejar.

— É porque você come muita besteira, amor. Até a Cécile me parece muito bem, e ela tem outra pessoinha dentro dela. — deu um leve sermão.

A gestante assentiu empinando o nariz.

As duas morenas fizeram seu caminho para entrar no carro, acomodando-se. Alina chegou a pôr um pé para dentro do automóvel, acabou não prosseguindo e nem durando muito. Seu enfitar capturou algo.

— Esperem! — avisou saindo às pressas.

Saiu correndo com bastante disposição em direção a algo (ou alguém). Seu corpo finalmente colidiu com outro, bem menor do que o seu. Quando Luna viu melhor a cena, a ucraniana já trazia no colo uma criança. Sorria como a mesma.

Onde Devo Estar (Spin-Off) (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora