Onde Devo Estar (Spin-Off) (Intersexual)

Universidade Part. IV

Seu corpo estava tomado por uma sensação, não apenas uma... Muitas. Eram ondas de carícias que lhe afagavam pele, ar quentes contra seu pescoço. Descia com cuidado pela sua clavícula, que pela ardente reação parecia nua. Os beijos a vinham à boca com maior vontade.

Eram versões agressivas e esfomeadas daqueles beijos românticos.

Eram nada mais que vultos que se remexiam e que lhe causavam as mais variadas sensações. Ora seu corpo era envolvido com total possessão. Noutra era comtemplado com úmidos pressionares de lábios em cada milímetro.

Mãos em seus cabelos.

Um perfume familiar que lhe subia ao nariz a fazendo entrar num transe existencial.

Dentre tantos estímulos distintos. O toque, os sabores, os cheiros... Causaram em seu puro corpo um formigamento, que só não começava, também terminava na mesma região. Num ciclo de... Prazer?

Seja lá o que fosse este formigamento, esse anseio em paradigma não era ruim por mais que tão deslocado por ser novato aos tantos outros prazeres já presentes nesse corpo.

Viajou por todos os seus membros. Estava presente nos beijos molhados, na inalação do perfume, nos toques dos membros e foi assim passeando por completo pela silhueta inocente e inexperiente, deslizando para baixo desprovido de monotonia.

Em seu peito?

Para baixo.

Em seu estômago?

Mais baixo.

Em...

{...}

A cama estava macia, o quarto estava ainda escuro mesmo com as cortinas falhando em manter a luz fora dele por completo. Provavelmente pela chuva da noite anterior muito do fluxo dos ventos estivessem ainda deliciosamente frios, ou seja, aconchegantes (casavam-se bem com o momento).

O corpo de certa morena estava deitado de lado envolvido pelo corpo de uma ruiva. Ambas em um sono leve como uma folha ao vento de um outono. Abraçadas, os braços de Alina envolvendo sua cintura sem força, seus troncos bastante alinhados.

Olhos verdes de Luna começaram a se abrir com lentidão, aos poucos foi vendo o que havia ao redor. Um pouco confusa de primeira, esse quarto não era o de seu alojamento e muito menos o de sua casa. O sonho que ela mal lembrava havia a deixado um tanto atordoada.

Foi quando ela notou a falta de espaço para se mover que lhe veio uma conclusão. Olhou por cima do ombro e encontrou com o canto de seus olhos verdes um rosto (mesmo que mal visto pela posição dava indícios de uma beleza absurda).

A ruiva dormia demasiadamente tranquila. O ombro moreno capturava com muita sensibilidade a respiração da outra dama, que parecia ser de cristal durante seu dormir.

O que era um momento de encantação virou ali mesmo uma onda de dúvida. Luna Michelle desconfiou de uma determinada sensação, contraiu a expressão e se remexeu com cautela... Não adiantou, a menina continuou a sentir a mesma coisa.

O corpo de Alina estava firmemente pressionado contra o seu. Fato. Porém a sensação que lhe veio foi a de que havia mais entre ambas, literalmente havia algo entre as duas, algo físico.

A latina remexeu o traseiro. Ainda não entendia o que era.

Certo... Isso é estranho!

Pensou consigo.

Não aguentando a circunstância da situação, com muita lentidão foi virando de frente para Alina, obviamente tentando ao seu máximo não acordá-la. Girou com cuidado a cintura, afastou os ombros, moveu as pernas para a nova posição e enfim a encarou em seu sono.