Onde Devo Estar (Spin-Off) (Intersexual)

A Universidade Part. I

Aqui que as coisas começam a ficar interessantes... Alguém que já leu lembra?

EDIT2021: Perto do Natal vou postar um capítulo especial LINA!

Ficamos numa sala pequena, bem iluminada, cheia de estantes com livros. Camz e eu ficamos sentadas em poltronas bem próximas da escrivaninha, onde havia um senhor calvo e de muito boa postura falando.

— Temos muitas opções de atividades extracurriculares, os horários são muito bem organizados conforme a capacidade física e psicológica de nossos estudantes... A segurança do campus está no limite do cem por cento...

— Por que não cem por cento de uma vez?! — protestei mais alterada.

O senhor deu uma risada nervosa fingindo receber meu sermão como uma brincadeira. Camila beliscou-me discretamente jogando um olhar arregalado que se traduzia por "não-force-a-barra".

— Uhm... — ele riu sem graça novamente. — É impossível uma segurança cem por cento eficaz, senhorita Cabello-Jauregui. — explicou em defesa.

— Exato, querida. — minha esposa falou cruzando as pernas.

O calvo voltou a sorrir.

— Esta Universidade há muito o que oferecer aos filhos de vocês independente do que estejam cursando, além disso, temos muita variedade de áreas onde eles podem repensar e se transferir conforme o regulamento... — retirou os óculos redondos e os limpou com um lenço. — Porém eu penso que já havíamos deixado claro muitos desses pontos quando seus próprios filhos checaram nossos atributos ao se inscreverem. — pareceu mais desconfiado.

Os gêmeos sabiam tudo sobre esta universidade. Mas haveria algo que eu gostaria de saber antes de manda-los definitivamente para cá. Um medo de mãe que me tomou toda a mente e não me deixou dormir, medi as consequências desesperadamente a cada segundo.

— É que eu tenho uma filha e... — comecei.

— Lauren, não começa. — Camila sussurrou revirando os olhos.

O homem continuou indagando com o enfitar.

— ... E ela precisa de mais atenção e proteção. — tentei ser bem clara engolindo minha ansiedade.

— Sua filha é especial? — ele perguntou sério.

— Por incrível que pareça, não! — falei alto quase pulando da cadeira.

Camila perdeu a cabeça com as abobrinhas saídas desta conversa, que ia do nada à lugar algum. Tomou a frente muito irritadiça.

— Senhor... — procurou o nome. — Wright, correto? Pois bem, minha esposa está tendo um ataque de nervos porque ela tem tido pesadelos com a saída dos gêmeos de casa, principalmente com a moça, a Luna, porque ela é muito doce e muito ingênua... Você deve estar entendo meu ponto.

Assentiu.

— É a primeira vez que ela passa tanto tempo longe de nós, em universidades a mentalidade dos jovens e liberdade são bem diferentes do que seria se estivessem perto dos responsáveis. Minha mulher, Lauren, tem medo da nossa menina se machucar ou precisar de ajuda e não ter a quem recorrer numa emergência.

Camila olhou-me em seguida para checar se era tudo o que eu gostaria de dizer. Assenti rapidamente.

— Ahh... Entendo. — falou com bom humor. — É muito comum de boas mães se preocuparem se os filhos terão tudo o que precisam. Mas falemos a verdade... Todos os estudantes desta idade precisam de plena independência, oras, isso não é um jardim de infância.