Universidade Part. VI

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As juras de amor eram esfumaçadas pelo soar das respirações alteradas e gemidos modestos, os toques eram delicados assemelhando-se a toques em pétalas, em rosas ou plumas. Os cobertores sobre a cama eram ondas marítimas num balançar incessante que as envolviam e revolviam.

Os perfumes e aromas naturais do ato eram a maresia.

A sensação de flutuar sobre tudo.

O corpo da morena por debaixo da ruiva, membros entrelaçados. O quarto era bem arejado, o que de nada adiantou para o calor de ambas as peles suadas. A ruiva conectou seus lábios com os da morena e deixou o beijo fluir com toda a paixão que podia expressar.

Quando se beijam e ficam nuas, o mundo inteiro some. Ficam apenas ambas em seu fluir natural de corpos abraçados, como uma corda e uma âncora em alto mar... Luna se perguntou diversas vezes o motivo de não ter descoberto isto antes, era inexplicável. Claire estava certa quando o disse.

— Amor, eu não consigo segurar... — a voz arrastada de Alina disse.

Luna não respondeu e muito menos pediria que ela segurasse. Gemeu delirando com a sensação que sue próprio corpo construía, seus músculos todos pareceram se contrair; agarrou em sua parceira ruiva com toda a força enquanto a mesma mergulhou o rosto em seu pescoço.

Num último movimento em colapso Alina se deixou liberar... Luna também o fez arranhando sua parceira com força. Ambas relaxaram espalhando suas exaustões sobre o colchão.

Recolhendo seu cansaço, a ucraniana acariciou o braço da mocinha; depositou vários selinhos em sua face e pela primeira vez após aquele orgasmo a menina sorriu corando. Era típico dessa menina atípica, achar tamanha fluidez num ato íntimo como esse, porém sempre há de corar quando a beijam no rosto.

Era a inocência dessa alma, de fato. Inocência eterna.

— Estou me sentindo até um pouco culpada, sabia? — a ruiva se manifestou.

— Por que causa? — a menina debateu cobrindo-se com o lençol.

— Ainda pergunta? Estamos fazendo amor e ainda nem conheci suas mães... Vão dizer que sou uma canalha! — pareceu óbvio com uma pitada de humor.

Uma testa franzida e olhos quase cerrados a encaram.

— Você não é essa palavra feia! — agarrou-se na ruiva. — Você é minha... — aconchegou-se mais.

A outra deu um sorriso encantado.

— É óbvio que eu sou sua, eu admito. Todo mundo já sabe... — passou seus dedos pelos cabelos castanhos. — Inclusive seu irmão que até este momento deve estar querendo me matar. — revirou os olhos. — Ele gritou com você?

A mais baixa assentiu timidamente.

— Não foi de propósito! — exclamou em defesa de seu gêmeo. — Ele só ficou com medo... — ficou cabisbaixa. — 'Guel não se acostumou comigo assim com alguém, ele acha que podem me machucar... Sabe... — sussurrou. — Pessoas malvadas.

— Eu não sou uma pessoa malvada. Eu te quero bem e faço de tudo para que você esteja bem, não é verdade? — acariciou a orelha da outra.

— Sim! — apertou mais forte. — Minhas mamães irão amar te conhecer!

— Confesso que fico muito nervosa, elas são a primeira família de alguma parceira que está para me conhecer. Já comecei perdendo, seu irmão me odeia. Tem sido uma longa semana e você tem me prendido nesse quarto — prendeu-lhe o nariz. —, e estou pouco me importando se alguém não está gostando, você me quer e é tudo o que importa a este ponto... Claro que tenho medo receio delas desgostarem de mim.

Onde Devo Estar (Spin-Off) (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora