Lute Como Uma Garota

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— Seja forte, vida minha... — um sussurro escapou dos lábios da ruiva.

— Eu não gosto dessa sensação, é ruim. — a morena murmurou arrastado.

Alina afagava os cabelos escuros ondulados, implorando para que a morena não fraquejasse. Luna apenas gemia incômoda abraçando com força sua namorada, com toda a força que tinha, a mesma não sendo muita. Permaneceram assim tempos, a mais nova sentada sobre o colo da mais velha, com seu rostinho escondido na curva do pescoço da outra.

A mais velha então a aninhava como se cuidasse de um bebê manhoso e lhe balançava. A filha do casal mais experiente tem sentido enjôos impiedosos, muitos foram os avisos de que viria "um pouco de náusea"; foram todos comentários sensacionalistas que mascaravam o terror de seu sofrimento agora. A pobre mocinha aparentava estar constante em alto mar; sentindo as entranhas revirarem sem parar.

Kovalenko percebeu não ter outra opção, fez-se desesperada por socorro, vendo que o implorar de sua namorada não acabaria tão cedo. Neste momento, ambas estão agarradas, sobe a proteção da casa das Cabello-Jauregui. Alina com as costas encostadas na cabeceira da cama de Luna.

Dava então pequenas palmadas nas costas da menor, e, pronunciando várias palavras de conforto.

— Fiz um chá caso não passe. — Camila entra sentando-se na ponta estreita da cama. — Em moça eu era assim também, ainda eram dois, sofri por bastante tempo ainda. Está melhor, minha princesinha? — alisou o braço da morena.

A mesma não respondeu nada além de grunhidos distorcidos.

— Não passa. — a ucraniana rebateu. — Mudamos até a alimentação inteira dela, mas essa praga não a deixa em paz. — abraçou-a com mais força.

— Nunca imaginei que ela iria passar por isso tão cedo... — Camila falou lhe observando cada detalhe. — Parece que foi ontem que eu estava trocando suas fraldas e dando papinha na boca.

— Vida, tome o chá que sua mamãe Camila fez, ande. — falou em tom suave.

Chacoalhou a cabeça em resposta sem revelar o rosto.

— Pelo bebê, o nosso bebê, por favor. — apelou com seu jeito mais infantil.

Funcionou como o imaginado, Luna emergiu a face e esticou o braço para içar com os dedos, então, a xícara. De maneira protetora, a ruiva descansou o palmo sobre o seu ventre, visse que tem mais espaço para percorrer.

— Os meses estão passando depressa. — Camz ficou abobalhada. — A barriguinha já aparece.

A barriga fazia contraste com o corpo magro, longe de ser feio ou estranho, era linda a pequena saliência; o bastante para que criassem afeto a este ponto. Alina encontrava-se realizada ao abraçar sua namorada e sentir aquele modesto ventre lhe pressionando como um lembrete.

— Se quiserem, podemos cancelar o encontro agora à tarde. — a mãe sugeriu. — Vem muita gente e pode fazer barulhos demais.

— Acho que não será preciso... — Kovalenko respondeu. — Se não melhorar, fico aqui com a 'Lu aqui em cima. Qualquer coisa, descemos... — interrompeu-se. — Se eu não for incomodar. — Camila negou com a cabeça.

'Lu entrou em maior alerta relembrando do tal evento.

— Quem vai vir? — murmurou ainda atordoada.

— Suas tias Normani e Dinah, Ally... Amigos meus e da sua mãe 'Lo... Ninguém que você ainda não conheça. Pode ser bem legal porque podemos aproveitar para todo mundo conhecer a Alina, não acha?

Onde Devo Estar (Spin-Off) (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora