XVIII

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Amélie estava se sentindo péssima a cada minuto. Ela não se arrependia de absolutamente nada do que tinha feito, pois tinha vivido aqueles pequenos momentos com felicidade. Seus sentimentos em relação a Heinz eram verdadeiros, jamais negou isso para si. Sua insegurança sempre foram as proporções que a relação deles poderia tomar, principalmente se ela não pudesse lhe dar herdeiros. Quanto mais pensava naquele assunto, mais sua cabeça doía.

— Amélie. — Anika entrou em seu quarto com uma expressão triste. — Ouvi tudo através da nossa porta de conexão. Sinto muito, eu estava torcendo para ela nunca descobrir.

— Desde quando está do meu lado, e não no da minha mãe?

— Não é questão de estar no lado de ninguém, Amélie. Eu realmente gosto de você. Sua teimosia que me faz sempre recorrer a kaiserin. Jamais aceitei a forma como falavam de você, como se fosse uma inválida. — pegou as mãos de Amélie e apertou. — Sabe para qual lugar irá?

— O problema é que eu não faço a menor ideia da onde ela quer me levar dessa vez. Temo que algum lugar bem longe da Alemanha. Longe de Heinz e Eugenie, um casal imperial perfeito. — lágrimas começaram a descer por seu rosto.

— Não chore, Amélie. — a enfermeira limpou suas lágrimas com um lenço de seda branco. — Suas damas devem chegar em poucos minutos para ajudá-la a se vestir.

— Não tenho nenhuma disposição para sair do quarto hoje, Anika. Estou completamente arrasada com as palavras da minha própria mãe. Não tenho ânimo nem para comer, quero ficar apenas deitada. — colocou a mão na cintura. — Não quero ir embora de Berlim.

— Impossível impedir a kaiserin de mandá-la para outro lugar. O objetivo dela é casar Eugenie com o kaiser.

Suas damas entraram no quarto agitadas. Leni partiu em direção ao seu quarto de vestir, Rachel em direção ao banheiro e Annelie parou em sua frente com urgência no olhar e tremendo.

— Nós soubemos através das damas da kaiserin, tudo o que ocorreu por aqui mais cedo. Pensamos em diversas coisas para ajudá-la, não queremos que vá embora. Não agora que estamos nos divertindo tanto, e também porque acreditamos no seu amor pelo kaiser.

— Como irão me ajudar? — Amélie arqueou a sobrancelha.

— Vamos arrumá-la para ir ao encontro de Heinz.

— Como? — sentiu suas pernas tremerem.

— Ele é a nossa única saída para isso tudo. — Annelie deu de ombros.

— O que poderei dizer para ele?

— Tenho absoluta certeza que saberá o que dizer na hora.

Amélie começou a massagear sua têmpora, enquanto andava pelo quarto pensando na ideia das suas damas. Não conseguiria olhar nos olhos dele e pedir alguma coisa, não depois da sua recusa no pedido de noivado. Heinz a expulsaria do seu gabinete sem pensar duas vezes. Mas tinha que tentar alguma coisa, não poderia ficar parada esperando sua mãe, mais uma vez, resolvendo sua vida. O seu destino tinha que ser entrelaçado por ela, não por outras pessoas.

— Vou seguir o plano de vocês. — disse confiante. — Não quero ficar pensando no futuro as coisas que eu não tive coragem no passado por medo das pessoas.

Leni entrou no quarto, o que indicava que o banho estava pronto. Amélie foi até o banheiro e despiu-se rapidamente, não poderia perder tempo com mais nada. Enxugou-se, enquanto voltava para seu quarto. Rachel aproximou-se com suas roupas de baixo, começando a vesti-la sem demora. Annelie trouxe um vestido branco com detalhes lilases, enquanto Leni trazia um colar de pérolas e colocava em seu pescoço.

O destino de AmélieOnde histórias criam vida. Descubra agora