Epílogo

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O destino muitas vezes pode lhe fazer uma surpresa muito desagradável, Heinz era uma vítima dele. Muitos diziam para ele que deveria superar tudo que havia acontecido, que ainda estava vivo, que a vida continuava. Mas como poderia seguir em frente se todos os dias as lembranças dele com Amélie invadia sua mente e ficavam rondando? Como poderia superar se seus filhos gêmeos eram cópias perfeitas da mãe? Como poderia superar o amor da sua vida?

Deitou na areia deixando as ondas do mar molhar seu corpo. Corfu era um belo lugar para se recordar dela, daqueles dias em que ficaram juntos naquele paraíso. Lugar em que se entregaram um para o outro, que confirmaram que pertenciam um ao outro.

Papa! — Louise ajoelhou-se ao seu lado. — Por que está deitado na areia se molhando?

— É bom sentir a água do mar no corpo, minha filha. — apoiou os cotovelos na areia para vê-la melhor. — Cadê seus irmãos?

— Estão vindo.

Em poucos minutos Ferdinand chegou com Dominic rindo.

— Não demoraram muito a chegar. — observou Louise. — Sempre atrasam.

Heinz deu um sorriso e se levantou, dando a mão para Louise.

— Richard disse que a sua encomenda chegou, papa. — Ferdinand estava arrumando o cabelo bagunçado devido ao vento, quando desistiu, deixando bagunçado.

— Estarei indo em instantes ver.

— Por que não agora? — os olhos de Dominic brilharam de curiosidade.

Aquele mesmo brilho de curiosidade que assumia os olhos de Amélie quando queria saber alguma coisa. Aquilo partiu seu coração, e controlou-se para não chorar na frente dos seus filhos.

Voltaram para a antiga casa que Amélie tinha ficado quando estava doente. Foram para a sala principal, onde Richard anotava alguma coisa em seu caderno. Ele era o melhor secretário que Heinz poderia ter arranjado em sua vida.

— Oh, majestade. — fez uma reverência. — Altezas.

— Chegou?

— Sim. — apontou para o quadro que estava com um lençol por cima. — Ficaria formidável em cima da lareira.

— Concordo.

— O que tem no quadro, papa? — Louise apertou sua mão.

— Verá. — pegou ela no colo. — Vou deixá-la puxar o lençol.

— Somente ela? — Ferdinand arqueou a sobrancelha.

— Os três.

Seus dois filhos se aproximaram e colocaram a mão sobre o lençol.

— Podem puxar.

Quando o lençol caiu, revelou a figura de Amélie. Estava tão linda como ele lembrava, aquela face bela, o sorriso tímido, o longo cabelo castanho claro. Era como se ela estivesse ali, de tão perfeito que estava a pintura.

Mama. — Ferdinand tocou no quadro. — Como eu queria que estivesse aqui.

Heinz colocou Louise no chão e ajoelhou-se diante dos três filhos.

— Ela amava muito vocês, jamais esqueçam disso. Amélie irradiava alegria e amor por onde passava, assim como vocês. — puxou os três para um abraço. — Apesar dela não estar aqui fisicamente, ela está em cada um de vocês, tanto na aparência, quanto na personalidade. — começou a chorar. — Vocês são os melhores presentes que ela poderia ter me dado.

Ficaram abraçados por um longo tempo, até Heinz mandá-los se prepararem para dormir.

Ficou na sala por horas observando o quadro, cada traço, cada detalhe. Poderia ser uma obsessão, mas a saudade que sentia dela era sufocante. Ter aquela pintura era um calmante para seu coração.

Amélie havia ensinado para ele a força de viver, enxergar alegria em pequenos momentos da vida, que era necessário se entregar em certas coisas, mesmo não sabendo se realmente daria certo. Ela era amor, felicidade e paz.

Amélie era tudo.

O destino de AmélieOnde histórias criam vida. Descubra agora