Amélie caminhava com Ferdinand e Rachel pelo jardim calmamente. Estavam aproveitando o dia de sol, pois apesar de ser verão, estava chovendo bastante. Seu filho estava andando com sua ajuda, ria quando tropeçava em alguma pedra, fazendo-a rir também.
Dois anos haviam se passado, e a felicidade de ter tido aquela criança aumentava a cada dia. Ferdinand dava-lhe tanto orgulho, mesmo sendo tão pequeno, que podia apenas agradecer a Deus por ter lhe dado aquele presente. Quanto mais ele crescia, mais se parecia com Heinz. Ele só havia herdado dela os cabelos, o restante era tudo igual a Heinz.
— Mama. — Ferdinand puxou a saia do seu vestido.
— Sim, meine Liebe?
— Podemos comer? — olhos azuis dele brilharam.
— Sim, meu querido. — sorriu. — Rachel, tudo está pronto?
— Sim! Também estou faminta!
— Sempre está com fome. — Amélie revirou os olhos.
— Estou grávida, Amélie. — a empurrou levemente.
— Sim, eu sei. — colocou o braço sobre o ombro dela. — Minha afilhada nascerá em dois meses, certo?
— Certo. Mas como pode ter tanta certeza que será uma menina?
— Ah, porque eu desejo muito que seja uma menina.
— Você sendo você. — revirou os olhos. — Bem, deveria achar aquela vidente para mim, porque poderíamos ter certeza das suas convicções.
— Acho que nunca mais irei encontrar aquela senhora. Só espero que Ferdinand seja realmente amado como ela disse.
— Como não amar essa criança linda?
— Crianças crescem, Rachel. — colocou Ferdinand sentado em uma cadeira, e depois se sentou. — E ele será kaiser.
— Como se eu não soubesse disso. — Rachel serviu-se de suco. — Adoro quando eles fazem tortas de frutas vermelhas. — começou a cortar um pedaço. — As melhores são feitas aqui.
Amélie começou a rir e também se serviu com um copo de suco.
— São realmente muito boas. Mas não estou sentindo muita fome hoje, o estômago embrulhado.
Rachel olhou para ela com curiosidade.
— Há quanto tempo está sem suas regras?
Amélie engasgou com o suco.
— Isso é algo natural, Amélie.
— Ferdinand está aqui.
— Está distraído com Frieda. — apontou o menino brincando com a empregada. — Diga-me, quanto tempo?
— Dois meses. Mas isso é comum...
— Não é comum! No máximo alguns dias, você já tem dois meses. Está grávida, Amélie.
— Isso não pode acontecer, Rachel. Deve ser alguma outra coisa.
— Está com o estômago embrulhado, assim como eu estive no começo da minha gravidez. Todas essas evidências, não pode ser outra coisa.
— Estive grávida, Rachel, se não esqueceu. Desmaiei na frente de todos em pleno baile de casamento. — ficou ruborizada. — Fora que não podíamos contar o motivo do desmaio.
— Jamais, imagine se descobrissem que o kaiser e a kaiserin...
— Rachel!
— Está bem, isso não é realmente bom em se falar na frente da criança. — olhou para a empregada. — Frieda, leve o arquiduque para passear.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O destino de Amélie
Historical FictionAmélie nasceu com uma doença nos pulmões. Sua infância foi sempre acompanhada de médicos, sem poder aproveitar muito o que a vida poderia oferecer. Com o passar do tempo, desenvolveu um humor único e ferino, principalmente quando percebia o olhar de...