XXVII

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Poderia não ter demonstrado, mas sentiu uma grande felicidade e emoção quando enxergou Amélie vestida de noiva adentrando a catedral. Parecia um lindo anjo indo abençoá-lo com sua presença angelical. Aquela mulher que tinha escolhido para passar o resto dos seus dias era a melhor escolha que tinha feito em sua vida.

Todos observavam atentamente a valsa dos recém-casados. Heinz conduzia Amélie com perfeição para todos os lados do salão. Ela parecia estar com alguma coisa incomodando, desde a catedral estava irritada com a demora da cerimônia. Faria o possível para saírem da festa mais cedo, porém, sua festa de casamento duraria três dias seguidos.

— Sinto-me muito cansada, Heinz. Meus pés malmente suportam o meu peso.

— Vamos parar em poucos minutos essa valsa. Iremos descansar por um longo tempo.

— Por favor, faça isso o mais rápido possível. — murmurou.

— Acalme-se, meine Liebe.

— Estou tentando ficar calma.

— Ainda temos o jantar.

— Oh, não tenho estômago para comer nada.

— O que está acontecendo com você? — perguntou preocupado. — Está sentindo alguma coisa além do cansaço?

— Apenas estou sentindo uma coisa estranha dentro de mim.

— Começou a sentir isso quando?

— Alguns minutos atrás. Não se preocupe, apenas preciso descansar.

— Claro que vou me preocupar com você, Amélie. Seu bem-estar é extremamente importante para mim.

Sua esposa apenas deu um pequeno sorriso, ela deveria estar sentindo bem mais do que estava dizendo. Ainda existia um resquício dela em achar que estava incomodando as pessoas, era claro para ele. Mas, faria o possível para demonstrar a ela que tudo que vinha dela, era importante, e tinha toda a sua atenção.

A valsa acabou, para alívio dele. Queria levar Amélie o mais rápido possível para descansar. Sentiu que ela estava aliviada por finalmente sair daquele salão, bem mais do que ele. Ofereceu seu braço para ela, e começaram a andar para fora do salão.

— Heinz.

— Sim?

— Estou começando a enxergar tudo turvo.

— Amélie?

Ela fraquejou ao seu lado e antes que caísse, segurou seu corpo.

— Amélie? — passou a mão por seu rosto, com desespero na voz.

Heinz a pegou no colo, passando pela multidão curiosa. Muitos cochichavam o que poderia ter causado aquele desmaio, outras pareciam estar com pena dele por ter escolhido Amélie para se casar. Como desejava que todas aquelas pessoas fossem embora, todo aquele espetáculo sobre eles era péssimo.

— Heinz! — ouviu a voz do seu sogro. — O que aconteceu com ela?

— Ainda não sei. Por favor, chame um médico.

Peter saiu correndo pela multidão, enquanto ele levava Amélie para algum lugar que pudesse deitá-la. O rosto dela estava calmo, e se não tivesse sentindo a respiração dela, poderia jurar que ela estava morta.

Os guardas abriram a porta de uma sala próxima do salão. Heinz a colocou em um divã, esperando Peter chegar com o médico. Estava desesperado com a possibilidade de ela estar com alguma outra doença, poderia não aguentar, e isso era apavorante.

O destino de AmélieOnde histórias criam vida. Descubra agora