V

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Heinz estava na biblioteca lendo um livro que não havia despertado qualquer interesse nele, mas estava fugindo da mãe e de todos. Resolveu tirar folga no dia do seu aniversário, pois achava que merecia isso pelo menos uma vez ao ano. Não queria ver sua tia e suas primas no momento, somente na hora do baile, porém o destino foi bastante traiçoeiro e o fez entrar no quarto onde estava sua prima Amélie.

Ele não pôde deixar de notar a beleza dela. Aqueles longos cabelos castanhos claros e olhos azuis era uma combinação totalmente bela e adequada. Achou que ela era feia e esquelética, que mal poderia se levantar, mas havia se enganando. Mas deveria saber que não podia se levar pelas conversas da mãe, principalmente quando ela falava sobre outras pessoas. Ela queria que ele se aproximasse da arquiduquesa Eugenie, e assim faria; mas se ela não despertasse seu interesse ou algo parecido, nada estaria feito.

Sua irmã, Heidi, o ajudaria a escolher sua noiva, acreditava muito no julgamento da irmã, por incrível que parecesse, ela nunca errava. Ele nunca foi criado para achar que casaria por amor, sua mãe sempre deixou claro que ninguém se casava por amor, e sim, por necessidade ou interesses. Mas, Adam, que era seu irmão do meio, sempre discordou da afirmação da mãe e ficou noivo sem autorização dela com lady Emmeline Schiffer, filha do duque Josef Schiffer.

Ele começou a rir sozinho ao lembrar-se do irmão comunicando isso para mãe tranquilamente como se não fosse nada; o invejava por isso. Ele queria ter a sorte de amar alguém, não queria algo por interesse ou conveniência, mas sabia que não podia ter tudo na vida, e nem a sorte de achar um verdadeiro amor. Esperava que Eugenie fosse agradável e gentil, e que pudesse compreender que ser mulher de um kaiser exigia muito esforço e paciência.

Ouviu a porta da biblioteca sendo aberta e se escondeu atrás de uma enorme estante de livros, e foi ver quem tinha entrando no local. Para seu alivio, era Heidi. Ela estava com seu vestido rosa preferido e os cabelos loiros soltos. Ela tinha uma expressão de felicidade no rosto, coisa que já era habitual ver nela. Ele saiu de trás da estante, o que a assustou.

— Poderia ter me matado. — ela sorriu. — Nunca se sabe como está um coração.

— Eu acredito que o seu esteja muito bom. — beijou a bochecha da irmã. — O que faz aqui?

— Eu vim fugir da mama. — revirou os olhos. — Ela está ficando maluca. — E você não foi cumprimentar tia Magda, e nossas primas Amélie e Eugenie.

— Mais tarde eu as conheço. — deu de ombros e voltou a se sentar na poltrona.

— Ela inventou mil mentiras para justificar sua ausência. — Heidi riu. — Fiquei com certa pena da mama.

— Não tenha, ela aprontará algo para mim mais tarde. — arrepiou-se. — Estou com medo. — riu.

— Nada que um kaiser não possa resolver. — sentou-se em uma poltrona em frente ao irmão. — Vamos lá, não é possível que tenha tanto medo da mama. — arqueou a sobrancelha. — Ou tem?

— Não tenho. Mas ela tenha o talento de ser bastante desagradável quando quer.

— Lembra quando ela queria que você cortejasse a princesa da Inglaterra? — Heidi soltou uma gargalhada. — Acho que nunca vi você tão ruborizado. Foi totalmente desnecessário.

— Convenhamos que Diana é uma princesa bastante estranha. — Heinz não pôde deixar de sorrir. — Eu pensava que os ingleses eram pura etiqueta, mas eu me enganei ao conhecer Diana.

— Isso não se aplica a todos, Heinz. Não seja exagerado, fica até parecendo mama falando. Os ingleses são adoráveis.

— E como você sabe disso?

O destino de AmélieOnde histórias criam vida. Descubra agora