Nem mesmo em seus maiores sonhos, Amélie poderia imaginar que um dia poderia ser beijada pelo kaiser da Alemanha. Ele era tão gentil e atencioso com ela, que por um momento esqueceu-se de todos os problemas que possuía em sua vida. Ela só queria viver aquele momento como se fosse o último. Nada mais importava para ela, somente aquele beijo.
As mãos de Heinz acariciavam suas costas, e ela se apaixonava a cada segundo por seu toque. O cheiro que exalava dele era tão bom, que ela queria manter seu nariz sobre o pescoço dele. Mas seus lábios não queriam abandonar os deles, que eram tão irresistíveis.
Amélie mergulhou suas mãos nos cabelos de Heinz, fazendo gestos circulares por sua cabeça. Sentiu-o rir durante o beijo, deixando seus lábios descobertos apenas por segundos, até retornar da onde tinha parado.
Jamais tinha imaginado que seria beijada com tanto ardor, desejo e paixão. Se ela pudesse, pintaria um quadro daquele momento e o colocaria em frente a sua cama para poder dormir e acordar observando o quão havia sido bom aquele momento.
— Creio que nossos lábios vão ficar levemente inchados. — Heinz beijou a ponta do nariz de Amélie.
— Ficarão inchados por um bom motivo. — Amélie deu um sorriso satisfeito. — Acho que nunca me senti tão viva em tanto tempo.
Heinz se limitou apenas a lhe retribuir o sorriso e acariciar suas bochechas coradas.
— Falarei com seu papa...
— Ainda não. — Amélie o interrompeu. — Permanecerei no palácio por tempo indeterminado. Podemos nos conhecer melhor a cada dia. — colocou o dedo nos lábios de Heinz quando ele ia falar. — Não estou dizendo que seus sentimentos por mim não são verdadeiros. Jamais diria isso. Mas eu sou insegura sobre tudo e todos. Dê-me um pouco de tempo e verá que estarei mais preparada para aceitar sua proposta. Tudo que nós sentimentos é uma paixão, e eu não sei se isso pode vir a se tornar um amor verdadeiro.
— Parece que você pensa com mais clareza do que eu. — riu e retirou o dedo dela de seus lábios. — Daremos o tempo que for necessário. — Heinz pegou sua mão e beijou lentamente. — Esperarei por você o tempo que for.
— Diante disso tudo que está acontecendo entre nós, preciso lhe fazer uma pergunta.
— Esteja à vontade. — a observou colocar os braços para trás.
Amélie hesitou um pouco antes de falar, e olhou no fundo dos olhos dele.
— Por que eu?
Heinz assumiu uma expressão surpresa, mas logo um sorriso surgiu em seus lábios.
— Porque você é diferente. Não chegou aqui com nenhum objetivo, a não ser melhorar a saúde dos seus pulmões. Também não existe aquela pressão de eu tentar agradá-la o tempo todo, ou chamá-la para dar um passeio pelo palácio. Conversar sobre coisas fúteis, que para muitos devem ser ideais para uma futura kaiserin, que sim, é fundamental, mas não é tudo. — Heinz respirou fundo. — Eu a vi naquele salão de baile tão linda, tão natural, acabei me encantando por você. Claramente que nosso primeiro encontro não foi um dos melhores, mas me mostrou um pouco do que era.
— Minha...
— Esqueça sua doença por um momento. Você é muito mais do que ela. Sempre a suportou com toda força que podia. Seu pulmão pode até lhe impedir de fazer muitas coisas, mas não lhe impede de amar e viver a vida da melhor maneira possível. Por favor, jamais pense que não é capaz de fazer qualquer coisa por isso.
Amélie ficou paralisada por uns segundos até assimilar tudo que ele havia dito. As palavras dele ficaram ecoando em seu interior a todo o momento. Eram palavras confortantes e sinceras. Não houve um resquício de pena, o que a deixou ainda mais feliz.
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O destino de Amélie
Historical FictionAmélie nasceu com uma doença nos pulmões. Sua infância foi sempre acompanhada de médicos, sem poder aproveitar muito o que a vida poderia oferecer. Com o passar do tempo, desenvolveu um humor único e ferino, principalmente quando percebia o olhar de...