Depois da visita que tinha feito para Amélie, resolveu tirar o resto do seu dia de folga. Não queria ficar confinado no gabinete com milhares de relatórios para ler. Ele sabia que podia atrasar a leitura de alguns documentos, mas definitivamente precisa de um descanso. Necessariamente, precisava se distrair. Porém, algo dentro dele falava para ele chamar Amélie para passearem perto do lago que ficava perto do palácio. Mas ele não sabia se ela já podia sair da cama, então evitou o convite, pois ela era muito teimosa e possuía um espírito rebelde e faria de tudo para ir. Heinz não queria procurar confusão com seus tios, e muito menos com sua mãe, que diria para ele chamar Eugenie para lhe fazer companhia.
Depois de muito pensar em seu quarto, resolveu enfrentar seus temores e saiu em direção ao quarto de Amélie. Queria passar mais momentos ao lado dela. Queria conhecer mais sobre ela. Estar perto dela era um fascínio que ele não conseguia mais esconder. Amélie tinha o poder de acalmá-lo, de fazê-lo esquecer de seus maiores problemas. Nunca havia encontrada uma mulher tão forte e encantadora. Ninguém se comparava a ela. Amélie era única.
Quando chegou a frente da porta do quarto de Amélie, sentiu-se inseguro. Ela poderia estar dormindo, ou até mesmo cansada do que tinha ocorrido com ela mais cedo. Respirou fundo, tomando coragem, deu três batidas na porta.
A enfermeira de Amélie ficou mais uma vez assustado ao vê-lo, fazendo uma reverência desajeitada. Heinz retribuiu com uma vênia e um sorriso discreto.
— Senhorita Anika, Amélie encontra-se acordada?
— Ela está andando pelo quarto refletindo sobre sua crise de mais cedo. Sempre faz isso quando se sente melhor. — mordeu o lábio inferior com força. — Não acho aconselhável vossa majestade vê-la nesse estado.
— Quem está com você, Anika? — Amélie se aproximou de ambos. — Oh, majestade. Não esperava revê-lo tão brevemente. — abriu a porta completamente. — Não estou no meu melhor estado, mas já me viu mais cedo, e eu estava ainda pior.
— Amélie... — Anika a repreendeu.
— Bom, vim convidá-la para um passeio pelo palácio. — colocou seus braços para trás.
— Basta eu trocar de roupa e podemos ir. — Amélie ia saindo, quando Heinz pegou em seu cotovelo.
— Está ótima dessa maneira.
— Não é muito apropriado eu andar pelo palácio com uma camisola e um robe. O que vão pensar de mim, Heinz?
— O importante é está comigo e aceitou meu convite. — Heinz olhou para Anika. — Nenhuma palavra sobre nós, senhorita.
— Claro, majestade. — Anika respondeu gaguejando.
— Ótimo. — Heinz ofereceu o braço para Amélie. — Não traia minha confiança.
Amélie colocou o braço sobre o de Heinz rindo. O barulho da risada dela era algo tão confortante e acolhedor, que passou a ser um dos seus sons preferidos. Tudo no que se referia a aquela arquiduquesa austríaca, o intrigava de certa forma. Jamais sentiu algo tão avassalador por alguém, era algo novo para ele. Estar apaixonado era algo novo.
— Heinz? — a voz dela o despertou de seu devaneio.
— Sim?
— Ouviu alguma coisa do que eu disse agora a pouco?
— Perdoe-me, não.
— Bem, eu disse que foi muito hilário a sua maneira de calar Anika. Com absoluta certeza iria correndo aos aposentos da minha mãe para nos delatar. E com certeza, Eugenie ficaria furiosa comigo.
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O destino de Amélie
Historical FictionAmélie nasceu com uma doença nos pulmões. Sua infância foi sempre acompanhada de médicos, sem poder aproveitar muito o que a vida poderia oferecer. Com o passar do tempo, desenvolveu um humor único e ferino, principalmente quando percebia o olhar de...