XXV

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De maneira devagar, pelas pequenas frestas da cortina, os raios de sol foram se revelando em seu rosto. Sua mão passou pelo peitoral de Heinz, lembrando-a da noite passada. Uma noite que ela jamais esqueceria, mesmo que se passasse mil anos.

Corpo com corpo, pele com pele, lábios com lábios, combinações perfeitas para uma noite de amor intensa. Mas, também existia o grande desejo ardente entre eles, assim como uma paixão avassaladora, capaz de quebrar correntes, derrubar árvores e preconceitos.

Aninhou sua cabeça no peito dele, que passou a mão pelas costas delas, ainda dormindo com a respiração pesada.

— Não deveríamos levantar?

— Não. — manteve os olhos fechados. — Depois cuidaremos de tudo.

— Viajaria hoje. — sorriu.

— Disse certo, viajaria. Um dia a mais não fará mal, estar em sua companhia é sempre uma dádiva.

Amélie colocou sua perna sobre a de Heinz e beijou a bochecha dele suavemente.

— Precisa cumprir seus compromissos.

— Por favor, deixe-me ser imprudente alguma vez em minha vida. — encarou ela com os olhos azuis brilhando.

— Não quero ser motivo das queixas dos seus ministros.

— Deixe que falem, não me importo. Um kaiser pode algumas vezes tirar férias. Mesmo que seja férias de quatro dias.

— Cinco dias. — o corrigiu.

— Certo. — riu. — Está com fome?

— Um pouco.

— Vou pedir o café da manhã.

— Agora não, vamos ficar mais um pouco sozinhos.

— Deixamos muitas pessoas preocupadas por nossa causa, tenho certeza disso. Não é muito adequado fazermos isso.

— Certo. — espreguiçou-se.

Assim que deu um beijo em Heinz, ouviram fortes batidas na porta. Amélie levantou-se rapidamente puxando o lençol e andou até o banheiro para não ser vista. Respirou fundo para controlar a respiração, e se apoiou na parede.

— Amélie, pode vir. — Heinz chamou.

— Estou indo.

Amélie voltou para o quarto bocejando. Estava cansada, queria dormir pelo resto dia, mesmo sabendo que não poderia. Ainda sem olhar para seu noivo, abriu as cortinas para iluminar o quarto.

— A escuridão era melhor. — Heinz a puxou para um abraço. — Está parecendo uma grega antiga. — beijou sua bochecha. — A empregada trouxe uma bandeja com bastante comida.

— Não vieram nos procurar?

— Ela não me disse nada.

As batidas na porta voltaram novamente.

— Maldição, quem deve ser?

Heinz saiu em direção a porta e abriu. Amélie não conseguiu ver quem era, porque ele abriu a porta minimamente, e também não conseguiu reconhecer a voz. Quando ele olhou para ela, soube que havia alguma coisa de errado. Sentou-se na cama, qualquer coisa que fosse, sabia que não era nada bom.

— Amélie, precisamos conversar.

— Qualquer coisa que seja, por favor, diga-me de uma vez.

— Não é tão simples.

— É alguma coisa com minha família? — pegou na mão dele. — Alguma coisa com Vagner?

— Então...

O destino de AmélieOnde histórias criam vida. Descubra agora