XIX

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Amélie ouviu toda a discussão entre Heinz e sua tia. Ficou assustada com todas aquelas alterações de vozes, principalmente da arquiduquesa. Estava completamente rodeada de lobos faminto querendo matá-la. Agora ela tinha absoluta certeza que sua tia a odiaria para sempre. Mas agora não pensava mais nos outros, pensava em si própria. Precisava ser egoísta, pelo menos uma vez em sua vida.

Colocou sua mão sobre o coração e começou a chorar.

— Amélie. — ouviu a voz de Heinz. — Pode sair.

Ela sabia que podia sair, mas não queria. Não queria que ele a visse chorar daquela forma. Um bolo se formou em sua garganta, queria apenas sair daquele lugar e se esconder, sem ninguém para achá-la.

— Amélie? — a voz dele soou preocupada. — Você está bem?

— Estou. — conseguiu responder.

Heinz abriu a porta e ofereceu sua mão ela, que aceitou prontamente.

— Estava chorando por quê?

— Minha vida Heinz, minha vida. — mais lágrimas caíram.

— Acalme-se, não pode se estressar tanto. — a levou para uma cadeira e se ajoelhou em frente para ela. — Precisa estar bem, falarei com seu pai ainda hoje. Pedirei sua mão em casamento, organizaremos nosso contrato matrimonial, depois faremos o noivado oficial e o nosso casamento. Sei que a ideia de casamento comigo não era uma coisa que desejava, e que apenas aceitou minha proposta para fugir das coisas que sua mãe pretendia fazer com você.

Amélie negou com a cabeça e pegou a mão dele.

— Heinz, eu nunca fui uma pessoa egoísta, muito pelo contrário. Quando percebi que Eugenie estava apaixonada por você, eu também estava. O problema é que ela seria uma melhor esposa do que eu diversos termos.

— Quais termos?

— Ela é elegante, educada, inteligente, prendada, pode gerar herdeiros. E eu? — deu uma risada amargurada. — Posso ter um pouco de cada, mas nada se iguala a gerar herdeiros.

— Quem lhe disse que não pode gerar herdeiros?

— Todos que estão a minha volta.

— E os médicos?

— Que talvez eu pudesse, mas poderia ter diversos abortos, ou dificuldades para ter a criança.

— Percebeu o quão foi tola em me recusar por esses motivos? — Heinz colocou sua mão no seu rosto e acariciou. — Pensei que não gostava de mim, não da mesma forma que eu. Percebo, agora, que tudo o que fez foi movida a opiniões alheias.

— Eu também tinha medo de estar tomando decisões precipitadas. Poderíamos estar confusos sobre nossos sentimentos, nosso futuro parecia tão incerto. — conseguiu sorrir. — Ainda é incerto, mas parece que as coisas mudaram. Estamos sendo sinceros um com o outro. Isso muda tudo.

— Sim, isso muda tudo.

— Heinz, eu o amo. Amo muito mesmo. Tentei dizer para mim mesma que isso era algo passageiro, um sentimento de admiração que nutria por você, mas é bem mais que isso, muito mais. Quando eu olho seus olhos, vejo o amor e o carinho que sente por mim, vejo que não mente quando me diz essas coisas, eu vejo o quão é puro e genuíno.

— Oh, Amélie.

Amélie deu um beijo casto em Heinz.

— Acho que preciso agilizar logo o nosso casamento, não vou conseguir ficar muito tempo longe de você. — puxou uma mecha do cabelo dela e enrolou em seu dedo. — Vou querer viajar para outra cidade em nossa lua de mel, gostaria de conhecer alguma cidade em especial?

O destino de AmélieOnde histórias criam vida. Descubra agora