Não existia sentimento pior do que aquela vulnerabilidade que estava sentindo. Como era difícil ver Amélie deitada naquela cama completamente dopada com remédios. Sua respiração estava calma, seu peito descia e subia tranquilamente; os pulmões estavam comportados.
Sua tia estava sentada olhando para Amélie com atenção e receio. Mas sabia que sentia culpa, porque tinha sido sua filha mais velha que havia provocado aquilo. Jamais pensou que a ambição de Eugenie chegaria ao ponto de deixar a própria irmã passar mal.
Anika conversava murmurando com uma das damas de Amélie. A dama estava aparentemente furiosa, deveriam estar falando de Eugenie. Tinha certeza, que se pudesse, faria alguma coisa contra a arquiduquesa austríaca.
— Deveriam castigá-la. — a dama disse alto suficiente para todos do quarto ouvirem, principalmente a kaiserin. — Como pode uma irmã causar isso? Sabe o que é isso, Anika? Sangue ruim.
Heinz quis rir, mas não achou apropriado. Magda olhou assustada para a dama, enquanto Anika gargalhava com as falas da moça, ela estava realmente irritada com toda situação; ele também estava, mas não podia manifestar da mesma forma que ela.
— Majestade. — seu secretário fez uma referência. — O senhor tem uma reunião com os ministros em meia hora. Deseja que eu cancele a reunião?
— Não. — caminhou até Anika. — Quando ela acordar, sem os remédios, me comunique.
— Sim, majestade.
Heinz voltou-se para a dama de companhia.
— Qual o seu nome mesmo?
— Rachel, majestade.
— Concordo que ela tenha um sangue ruim. — disse olhando para a tia. — Mas não é somente ela, a criação também ajuda. Preciso ir, até breve.
Saiu do quarto acompanhado do secretário. Estava cansado, não tinha dormido a noite preocupado com a noiva. O médico recomendou que até o casamento, Amélie deveria passar um tempo em algum lugar quente, para melhorar seu estado de saúde. Pensou em diversos lugares juntamente com Peter, optaram por Corfu, uma ilha grega no mar Egeu. Era um lugar que todo mundo falava bem; um lugar paradisíaco. Ficaria triste ao tê-la tão longe, mas como era para o bem dela, aguentaria a saudade. Poderiam trocar cartas durante a recuperação dela.
— Lembre-me, com que vai ser a reunião?
— Com o duque Löhnhoff, majestade.
— Isso não me soa bem.
— Ele parecia bastante feliz, majestade.
— Bom, assim me alegro depois de um dia preocupante.
— Sim, majestade.
Andaram até o gabinete com rapidez, Heinz não queria perder muito tempo longe de Amélie quando ela mais precisava da companhia dele. Provavelmente ela acordaria com os grandes olhos azuis da mãe sobre ela, e não se sentiria bem, já que estavam instáveis em relação uma com a outra.
O duque estava sentado, quando o viu, levantou-se e fez uma reverência.
— Majestade.
— Bom dia, . Espero que me traga boas notícias.
Indicou a cadeira para o ministro sentar, e sentou-se logo depois.
— A Espanha finalmente rendeu-se.
— Não consigo acreditar. — cruzou os braços e encostou-se na cadeira. — Tem certeza?
— Absoluta! — entregou um documento para Heinz ler. — Queremos negociar um acordo de paz entre os dois países.
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O destino de Amélie
Historical FictionAmélie nasceu com uma doença nos pulmões. Sua infância foi sempre acompanhada de médicos, sem poder aproveitar muito o que a vida poderia oferecer. Com o passar do tempo, desenvolveu um humor único e ferino, principalmente quando percebia o olhar de...