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Era difícil equilibrar todos os sentimentos que sentia naquele momento. Estava sendo difícil esperar do lado de fora notícias sobre Amélie. Ele temia muito a morte dela, não saberia se iria suportar.

Seu filho estava com as babás próximo dali, assim como sua esposa havia determinado. Ferdinand era tão pequeno e frágil, que tinha medo de que acontecesse alguma coisa com ele. Estava apaixonado pelo nascimento do filho, pela tamanha perfeição dele.

O médico saiu do quarto e ele se levantou imediatamente.

— Majestade.

— Como ela está?

— Sua majestade melhorou, está dormindo.

— O que aconteceu?

— Muito esforço, perda de sangue, deixou ela muito fraca.

— Quando Amélie vai acordar?

— Não vai demorar, majestade. — colocou as mãos para trás. — Devo alertar vossa majestade de uma coisa.

— Diga.

— Evitem ter outro filho. Eu não acredito que ela aguentaria ter mais um esforço desse e sobreviver. Achei a gravidez dela muito tranquila, com poucas crises de ar, porém, desconfiava que isso poderia acontecer. É um menino, graças ao bom Deus. O trono alemão já possui um herdeiro, isso é bastante favorável.

— Obrigado, doutor.

— Sempre as suas ordens, majestade.

O médico fez uma reverência e saiu acompanhado de um guarda.

— Majestade. — Anika, a antiga enfermeira de Amélie, fez uma reverência. — Como ela está?

— Melhor.

— E sua alteza?

— Um belo menino, Ferdinand.

— Oh, ela colocou mesmo o nome do pai de vossa majestade na criança. Bela homenagem.

— Como soube tão rápido? — perguntou desconfiado.

— As notícias correm rapidamente por toda Berlim, majestade. Estão querendo fazer festa, mas por causa do estado da kaiserin, permaneceram calados.

Heinz permaneceu em silêncio, deixando um clima constrangedor. Anika tinha escolhido deixar Amélie para ficar no hospital. Isso a deixou completamente triste e devastada, já que as outras damas tinham sido substituídas.

— Anika? — Rachel saiu do quarto e a abraçou.

— Estou ficando sufocada.

Ele riu, aproveitou que Rachel e Anika estavam distraídas, e entrou no quarto. As cortinas estavam abertas, mostrando o céu ficando escuro. Os candelabros estavam acesos, assim como a lareira.

Amélie dormia, seu peito descia e subia tranquilamente, seu rosto estava em paz, isso bastava para deixá-lo feliz e tranquilo. Ficaria ao lado dela até o momento em que acordasse.

— Oh, meine Liebe, é ruim o suficiente vê-la assim debilitada, poderia acordar para eu ver seus olhos, escutar sua voz.

Pegou a mão dela e beijou.

— Heinz. — sussurrou. — Estou com a garganta seca, poderia me dar água?

Ele pegou um copo de água que estava servido em cima do criado mudo, e aos poucos foi colocando na boca dela.

— Sente-se melhor?

— Um pouco.

— O médico veio conversar comigo sobre você.

O destino de AmélieOnde histórias criam vida. Descubra agora