Capítulo 19

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Olho para ela e vejo seu sorriso extasiado e o olhar curioso sobre a cidade, ela está tão animada, porra é assim que sempre quis vê-la ao meu lado, me sinto feliz por isso. Lembro-me do olhar de dor dela ao falar do filho, e sinto um ódio mortal daquele filho da puta, gostaria que ele estivesse vivo para que eu mesmo pudesse mata-lo.

— Você já havia sobrevoado antes?- pergunto querendo um pouco de sua atenção.

— Não.-  me responde me olhando, seu olhar está mais azul ainda, penso que está combinando com o Céu ao fundo.- nunca viajei nem de avião, só fiz viagens de carro, curtas, com meu pai.

Droga, vejo uma nuvem de tristeza no olhar dela, não quero isso de volta. Mas tenho que me lembrar de trazer isso à tona no momento certo, algo me diz que isso a machuca muito e não quero isso para ela.

— Minha irmã mora em Aspem, podemos viajar até lá qualquer fim de semana. Você vai amar Aspem.- falo sem pensar, quando foi que minha irmã me viu com alguma mulher? Isso vai ser engraçado.

— Você tem uma irmã?-  me pergunta como se eu fosse uma aberração, fico impressionado, me perguntando o que ela realmente pensa sobre mim.

— Sim, e ela tem uma filha linda, Tiffany.

— Que nome lindo, e seus pais?

— A ultima vez que me ligaram estavam em Veneza, vivem viajando, meu pai quer dar a minha mãe o que não deu a ela a vida toda, por causa da empresa, viagens e passeios.- dou um suspiro lento ao me lembrar deles.- ela está no estágio inicial de Alzheimer, se esquece de pequenas coisas, de datas, então meu pai quer que ela tenha essa recordação, enquanto a doença não se desenvolveu por completo.

— Sinto muito. Ele deve ser um grande homem por agir assim.- ela sorri de novo, percebo que gosto muito disso.- deve ter muito dele em você, nunca conheci alguém tão generoso e preocupado com o bem estar das pessoas.

Porra isso me faz sentir um nó na garganta, Mia me elogia, Tiffany me adora, mas elas só conhecem a superfície de mim, mas essa menina, já viu o meu pior e mesmo assim me admira, não sei se mereço isso. Olho para o painel, logo aterrissaremos, peço autorização para o Hangar de Portland, mudando de assunto.

Aterrissamos, desço e dou a volta para ajuda-la a descer, seguro sua cintura e a coloco no chão, olho para seu rosto, já um pouco mais corado, tão diferente de sábado, me sinto aliviado por isso, deslizo minha mão pelo seu braço, pego seu pulso e o levo até perto de meu rosto, o observando, ela já havia tirado o curativo, restava só uma listra fina, superficial, se cicatrizando, não resisto, o levo até meus lábios e roço seu pulso, de leve.

— Nunca mais faça isso, por favor.- peço com a voz rouca olhando em seus olhos, ela engole em seco e concorda com a cabeça, beijo seu rosto, passo uma mão pelo seu ombro e a puxo para mim.- vamos o carro está esperando.

Caminhamos até o carro em silêncio e continuamos em silêncio até o Hospital.

Assim que entramos, Sr Costner vem nos encontrar.

— Ana!- ele abre os braços e  é envolvida por ele, tenho até certo ciúme, mas tento afastar isso.- Laila está eufórica para te ver.

— Eu Também, e a bebê?

— Está no quarto, Laila está amamentando.- olha para mim e estende a mão que a aperto.- Sr Grey, obrigado por trazê-la, fizeram bom voo?

— Sim.- respondo sorrindo.- pode me chamar de Christian.

— Ok, pode me chamar de Nathan, também.-  olha para Ana e sorri, depois volta o seu olhar para mim.- vejo que está cuidando dela bem, ela está  mais corada, obrigado.

50 Tons- Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora