50 Tons- Segunda Chance

Capítulo 34

Pov Mia

— Quero chamar a frente nosso mais assíduo Benfeitor, Sr Ethan Mc Gregror.

Meu deus não é possível. Olho fixamente para a frente, só o nome dele me causa arrepios e agora vê-lo, me sinto evaporar nessa poltrona.

Olho para aqueles cabelos negros, o olhar verde penetrante, o rosto lindo, parece que o tempo só lhe fez bem.

Sinto meu rosto pegar fogo quando olha para mim, me reconheceu é claro, olha para Tiffany e fica pálido, ele sabe que é ela.

De repente tudo ficou muito mais quente, preciso sair daqui.

— Você está bem?- Christian pergunta segurando minha mão, ele percebe que ela está fria.

— Sim, preciso ir ao banheiro.- me levanto rápido e praticamente corro para fora do auditório.

Chego ao banheiro e encaro meu reflexo no espelho, estou pálida, meus olhos azuis estão enormes e escuros.

Lavo meu rosto querendo que a água leve tudo o que estou sentindo embora, a raiva, o medo, a saudade e o amor.

Sim ainda o amo. Apesar de todos esses anos sozinha e lutando contra isso, sempre soube que ainda o amava, apesar de ele não merecer meu amor. Não merecer sequer ter a filha que tem.

E também ele não me procurou, nunca mais quis saber sequer que estava viva, ele não me ama, a existência da nossa filha não vai fazer muita diferença para ele.

Mas sempre a escondi da mídia por isso, para que ele nunca soubesse dela.

Por isso me mudei para Aspem, em uma casa isolada da cidade. Tiffany vai as aulas normalmente, mas não é registrada com o meu sobrenome, usa o sobrenome de minha mãe de solteira, e eu mesmo não frequento nenhum evento social por isso.

Fiz questão de desaparecer do mapa, do mesmo modo que ele fez comigo um dia.

Já fiquei tempo demais aqui, preciso me reunir a minha família, ele já deve ter ido embora.

Saio do banheiro, passando as mãos em meus cabelos, na intenção de me acalmar. Chego ao auditório e quando passo por uma coluna, sinto uma mão firme me segurando e puxando. Olho para o dono daquelas mãos que conheço tão bem, olho para seu olhar verde tão escuro agora, o rosto está mais maduro, mas continua lindo, sinto minhas pernas tremerem com o contato de suas mãos.

Fico sem saber o que falar, ele parece mudo também, a saudade e o tempo separados parece que invade os nossos sentidos. Quero fugir dali, do seu olhar questionador, da sua beleza que me mantem refém dele, de tudo o que vivemos, toda frustação e raiva que senti quando ele partiu.

— Me deixe ir.- falo num sussurro, enfim encontrando minha voz.

— Ela é minha filha?

— Não te interessa.- disparo nervosa.

— Interessa sim, é meu sangue que corre nas veias dela, ela tem meus olhos.

— Você devia ter pensado nisso no dia que pediu para escolher entre vocês dois.

— Você disse que tinha abordado.- sua voz quase falha ao falar.

— Foi o que você me mandou fazer.

— Eu me arrependi.- sua voz soa triste.- me culpei esses anos todos, pensei que ela não existisse, queria te procurar, mas sabia que você me odiava por isso. Quando vi essa menina do seu lado, porra isso me deu uma alegria tão grande, me fez ter orgulho de você, e uma raiva enorme de mim, de ter sido tão idiota em negar-me isso.