Eu sabia que não devia ter ido até a cozinha. Devia me manter afastado dela, pelo ao menos até obter o controle de novo, e agora o perdi totalmente.
Deito-me em minha cama e procuro dormir e de manhã decidir o que fazer.
Queria deixa-la à vontade e usei o baunilha, mas agora me sinto perdido, tenho que arranjar um jeito de leva-la para o quarto de jogos ou senão isso vai estar perdido, ela não me obedeceu, se esquivou de mim, e isso tudo traz consequências, mas não posso puni-la, eu fui o incentivador de seus erros ao toca-la, ao tentar parecer que estávamos fazendo amor e não fodendo.
Levanto-me e vou ao banheiro, odeio fazer isso, mas preciso de algo para dormir.
Tomo dois comprimidos e volto para cama, logo sinto meu corpo relaxar e meus olhos pesarem, na minha frente surge um rosto alvo e um olhar azul, desfocado por lágrimas não caídas e com essa imagem, me deixo ser levado pelo sono.
Desperto com o alarme do meu celular.
Tento processar o que aconteceu na noite anterior, penso que tenho que ter uma conversa com a Srta Desobediência.
Levanto-me, tomo uma ducha rápida, me visto e saio do quarto, ao passar pelo quarto dela, abro a porta e a encontro sentada na cama, totalmente vestida, como se apenas me esperasse.
— Café em meia hora, na cozinha.- falo simplesmente e saio em direção ao meu escritório, é melhor manter um pouco a distância, preciso pensar no que dizer a ela e no que vou fazer com ela.
Passado alguns minutos, o cheiro de omelete e queijo invadem o meu escritório, meu estomago dá um salto, realmente estou com fome, me lembro do jantar que ela preparou, da massa a cabonara e fico feliz em ver que ela realmente cozinha bem.
Me dirijo para a cozinha, ela já está servindo o café apenas para mim, isso me soa mal, não quero que ela pense que sou feito de gelo, que só sei dar ordens, porra de onde vem isso agora?
— Quando pedir para servir alguma refeição aqui na cozinha, quero que me acompanhe.- falo me sentando.
— Sim, senhor.- ela me responde distante, porra voltamos ao medo, não é isso que quero.
Ela se serve e senta junto comigo, come em silêncio, mal levanta o olhar do prato.
— Anastásia?- ela apenas para de comer e levanta um pouco o rosto, mas não me olha.- olhe para mim.- ela me fita sem expressão, - vamos comer e conversar, ok?
— Sim senhor.- e volta a comer, e percebo que ela relaxa um pouco, preciso fazer isso direito.
Terminamos a refeição em silêncio de novo, vejo que ela está se levantando para retirar a mesa, seguro a mão dela, ela me olha nervosa.
— Vamos para a sala, conversamos lá.- ela apenas acena com a cabeça, seguro a mão dela e a conduzo para se sentar em frente a lareira, como no dia anterior, mas agora me sento ao lado dela,- você sabe que me desobedeceu ontem a noite, não é?
— Sim senhor.
— Pode me responder com liberdade.
— Não consegui me segurar, desculpe o decepcionei.
— Você sabe que desobediência gera punição.
— Sei.
— Esse é o ponto, não acho justo você ser punida no seu primeiro dia aqui, mas também não posso deixar passar isso.
— Eu entendo.
— Temos que trabalhar seu corpo, estou disposto a isso, mas preciso da sua ajuda.- me mexo para ficar mais perto dela, ela apenas me olha, não recua.- todo o treinamento resulta em prazer para mim e eu retribuo a você, mas se você não me agradar, tenho que puni-la.
— Eu sei, senhor, mas acho que como disse, não consegui desligar meu cérebro para isso.- ela mexe nervosa em uma mecha de cabelos que cai em seus olhos, automaticamente eu a recolho e coloco atrás de sua orelha.- quero me esforçar.
— Eu sei disso, percebi pelo seu contrato que está disposta a aprender. Só quero que confie em mim, você tem a palavra de segurança, pode dize-la a qualquer momento, eu a ouvirei e a atenderei.- ela me fita novamente com um olhar de duvida, algo me diz que alguém a machucou muito.- quantos namorados teve?
— Poucos, nada sério.- ela responde e se mexe desconfortável. Tenho que traze-la de volta, acaricio seu rosto.
— Você é linda, mas entendo, você é muito jovem, tem muito que aprender ainda.- e eu faço questão de te ensinar tudo.- suba e me encontre na academia em meia hora, esteja completamente nua, vamos começar seu treinamento.
— Sim senhor.- ela se levanta e sobe as escadas. Espero um pouco e vou para meu quarto de jogos, preciso de alguns apetrechos.
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50 Tons- Segunda Chance
Hayran KurguEle precisava de cura, ela de cuidados, um contrato os uniu, mas um sentimento bem maior irá liga-los por toda a vida.