20...

199 29 3
                                    

Eu encarei a garota fofinha dos olhos cor de rosa, chorando como uma criança, enrolada nos braços do Plagg.

- E... Que horas você chegou aqui, Plagg? - Eu o pergunto, ajeitando Cat Noir numa poltrona.

Sabia que não era hora de perguntar aquilo. Eu havia acabado de descobrir a assassina de Paris, mesmo não acreditando na garota.

- Cheguei um há mais ou menos meia hora. - Ele fala, abraçando Tikki fortemente. - Eu sei que o quê ela fez foi errado, mas... Pega leve com ela, tá...

- Como você quer que eu pegue leve? Ela matou pessoas, Plagg. E você sabe que mortes eu não consigo aturar!

Ele arrumou os cabelos da garota chorosa em seu colo, e eu vi a mágoa que ele sentia através do seus olhos. Ele nunca conseguiu disfarçar a própria dor, o difícil era saber a causa da dor.

- Olha, Plagg. - Ele me olha. - Eu sempre tratei e respeitei a Tikki como se ela fosse uma segunda mãe, ou até mesmo uma irmã mais velha que eu nunca tive. Eu confiaria a minha vida à ela!

Plagg encarou o chão, fingindo estar interessado no novo porcelanato da sala.

- Eu confiaria a minha vida à qualquer um de vocês três. - Eu falei, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. - Mas sempre me pareceu que vocês escondiam algo de mim. Sempre que eu tentava fazer um de vocês se abrir, vocês se afastavam.

- Me perdoa, Mari? Por todos esses anos de amizade...Me perdoa. - Tikki implorava, baixinho. - Por favor ...

Eu olhei para ela, e seus olhos estavam irreconhecíveis. O direito tinha a cor azulada, e o esquerdo, era rosa como sempre foi. Eu sempre desconfiei dos olhos dela serem lentes, agora acho que dá pra acreditar.

Como eu poderia perdoar uma pessoa que me traiu?

Eu virei de costas para todos, e fui embora, descendo os andares do prédio com meu ioiô. Andei sem a mínima pressa até o parque principal, próximo à Torre Eiffel, e me sentei na grama, tentando absorver aquela quantidade de informações.

Eu abracei meu próprio corpo, inquieta. Cada minuto parecia se arrastar, e aquele maldito silêncio me deixava aflita.

Levanto em um pulo do chão, e começo a correr pelo parque. Chegando na Torre Eiffel, pulo numa das suas colunas da base, e estiquei o corpo, escutando os ossos das articulações estrelarem. Coloco uma perna suspensa ao ar, e deixo meu corpo cair para frente, fazendo um espacate zerado.

Desde pequena, quando eu tinha meus ataques de fúria, eu já fazia ginástica artística. Sempre achei um hobby tranquilizante.

Saí daquela posição e usei a barra da Torre como cavalo, fazendo acrobacias e mais acrobacias sem perder o equilíbrio.

Quando estava começando a transpirar, eu pulo do lugar, e dou um mortal para frente, pousando de pé na grama fofa.

Eu estava bem melhor.

Andei calmamente até a rua, e segui o percurso até a calçada, até que eu vi um vulto preto pular de um telhado, e cair de pé, parecendo um bêbado.

Poderia estar doido o quanto for, mas eu conheceria de longe o jeito de andar do Cat Noir.

Eu bufei e dei o fora, mas o garoto me alcançou, e segurou meus pulsos com força, para que eu não fugisse.

- Ladybug, você tem que me escutar. - Ele falou, com a voz embargada. - Você tirou suas conclusões sem saber nem a metade da história.

- E é você que vai me contar? Você não está nem conseguindo se manter em pé!

Meu Nome É LadybugOnde histórias criam vida. Descubra agora